CARLOS MATOS GOMES – EM GAZA, COMO EM HIROSHIMA E COMO NO COLONIALISMO

Se se recordam, a justificação dos Estados Unidos para o lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki foi a da destruição final da ameaça do que restava da capacidade militar do exército do Japão. Na realidade o que restava do Japão em Agosto de 1945 era a milenar identidade do povo do Japão, que se mantém, apesar da sujeição a que politicamente o Japão e os japoneses estão sujeitos (como os alemães, aliás). Os ataques dos EUA mataram entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima e entre 60 mil e 80 mil em Nagasaki. Em ambas as cidades, a maioria dos mortos eram civis. Existem duas interpretações sobre as razões do ataque: os americanos defendem que os bombardeamentos colocaram um ponto final no conflito que sem ele duraria mais tempo e custaria mais vidas. Outras interpretações mais distantes das que representam o interesse americano referem o objetivo dos Estados Unidos se tornarem os senhores absolutos do Pacífico no pós-guerra, de se apresentarem como a super potência tecnológica que iria determinar o futuro do planeta.

Continuar a ler

CHINA | Henry Miller

Mesmo quando menino, o nome China evocava em mim estranhas sensações. Significava tudo quanto era vasto, maravilhoso, mágico e incompreensível. Dizer China era virar as coisas de cabeça para baixo.

Como é maravilhoso que esse mesmo nome China desperte no velho que está escrevendo estas palavras os mesmos estranhos e incríveis pensamentos e sentimentos.

Uma das lembranças especiais que eu tenho da China é que ela esteve à frente do mundo em tudo. Seja em cozinha, cerâmica, pintura, teatro, arquitetura ou literatura, a China sempre foi a primeira.

Impressionante e absurda ilustração disso é o fato de no Japão de hoje, segundo me contaram, os melhores restaurantes serem chineses.

Continuar a ler