Portugal | Maria Isabel Fidalgo | Antes de Mim um Verso, Poética Grupo Editorial

Portugal

Sempre o teu sangue me sacode,

e cada sílaba do teu nome

me faz descer as lágrimas,

meu berço de três silabas,

debruado em ondas

dos confins do mundo.

Ah, meu arrimo,

pau de canela,

fulgor d’epopeia,

sol em candeia,

na noite escura 

quem te apagou?

Camões soluça,

Pessoa espera,

Deus desespera,

o povo é fome,

e a Hora morre.

Virá ou não 

do nevoeiro

o Desejado,

ou outro mito

que tudo seja

o que a fé almeja?

Venha ou não 

teu sangue me sacode

e cada sílaba me comove

do teu nome,

alva flor de sal,

pátria, ninho, Portugal!

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