O novo outono alemão, por Viriato Soromenho-Marques, 15-06-2024 in DN

As eleições europeias, em especial em França e na Alemanha, provaram aquilo que venho defendendo desde 2014. A doença europeia, que se tornou visível na crise do euro, não terminou nem é conjuntural. É uma crise estrutural de identidade, cada vez mais existencial.  Agora, que estes dois países, a chamada “locomotiva europeia”, estão paralisados na linha de um destino incerto, importa parar para pensar. Comecemos, hoje, pela Alemanha.

A participação maciça dos alemães nas eleições para o Parlamento Europeu (64,78%, que compara com a escassa participação portuguesa de 36, 54%) permite uma leitura inequivocamente nacional dos seus resultados. Tendo em conta que, nas eleições federais, só os partidos com mais de 5% de votos têm representação no Bundestag, apenas seis forças partidárias estão hoje em condições de formar grupos parlamentares federais.

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