Memórias da Gronelândia, por José Pacheco Pereira, in Blog “Entre as Brumas da Memória”

«Há alguns anos, no âmbito de funções que tinha na Assembleia da NATO, tive ocasião de passar algum tempo na Gronelândia. Agora que Trump se lembrou de incluir a grande ilha na sua lista imperial – coisa que em bom rigor não lembrava a ninguém – as memórias dessa viagem regressaram e algumas ajudam-me a ver fisicamente o que ele quer. E como, com excepção de algumas trágicas mortes de pescadores nos confins da pesca do bacalhau que lá estão enterrados, poucos portugueses conhecem a Gronelândia, e nenhuns estiveram em alguns dos sítios que visitei, aqui ficam algumas dessas memórias. Deixo de lado os motivos clássicos da ganância imperial, como sejam as riquezas minerais ou a geopolítica do Ártico, valorizada pela abertura de passagens marítimas que até agora não eram navegáveis, ou as asneiras que ouvi de alguns dos nossos ecologistas preocupados pelas florestas locais, numa terra onde não há praticamente árvores que confundiam com a Sibéria.

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A recondução de Centeno, por Filipe Alves, Diretor do Diário de Notícias, 31-01-2025

A eventual recondução do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, tem merecido comentários por parte dos líderes dos maiores bancos nacionais. Na quinta-feira, foi a vez de João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, defender a recondução de Centeno para um segundo mandato, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais do banco. Descrevendo o governador como “independente”, o CEO do BPI defendeu que Centeno tem prestígio internacional e que a “sua continuidade seria algo positivo”. Para logo acrescentar, de forma salomónica: “Se não for o professor Mário Centeno, cá estaremos para o receber. Se for, continuaremos no bom caminho.”

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O mito da “Caixa de Pandora”, por Vânia De Farias Castro, in Facebook

“Pandora é uma figura central na mitologia grega, famosa por protagonizar o mito da “Caixa de Pandora”, uma narrativa que busca explicar a origem dos males no mundo. De acordo com os antigos gregos, Pandora foi a primeira mulher criada por Zeus, o rei dos deuses, como parte de um plano para punir a humanidade devido ao roubo do fogo celestial por Prometeu.

Zeus ordenou a Hefesto, o deus da forja, que moldasse Pandora a partir do barro. Ela foi dotada de uma beleza extraordinária e recebeu dons especiais dos outros deuses do Olimpo. Afrodite concedeu-lhe encanto e graça, Atena deu-lhe habilidades manuais e Hermes, astúcia e a habilidade da persuasão. Seu nome, Pandora, significa “a que possui todos os dons”, refletindo os presentes divinos que ela recebeu.

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O NOSSO CORPO | A evolução do corpo humano revisitada com a ajuda da Arte

Juan Luis Arsuaga é um fiel visitante do Museu do Prado, que começa sempre as suas visitas pelo mesmo ponto de partida: as salas de escultura clássica. Este paleontólogo vê com especial interesse os corpos humanos esculpidos em pedra e é assim que arranca o livro O Nosso Corpo.

«O meu propósito neste livro é explicar o corpo humano (todos temos um) da perspetiva deste artista improvável que é a evolução, grande escultora de corpos todos eles belos, todos eles perfeitos», escreve o autor na introdução. Atento aos sete milhões de anos de evolução do corpo humano, Arsuaga viaja ao passado e regressa ao presente para explicar os modos e as razões desta evolução.

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