Europa vai aos EUA para acalmar Trump e na mala leva gás, carros e armas, in CNN Portugal

A intenção de Donald Trump de aplicar tarifas e iniciar uma “guerra comercial” contra a Europa deixou alarmados os principais responsáveis da União Europeia, que já está a desenhar um plano para seduzir o presidente americano.

Escreve o Politico que Maros Sefcovic, comissário europeu para o Comércio e Segurança Económica, viajou esta terça-feira para Washington D.C. com um denominado “pacote de cooperação” na bagagem.

Sefcovic deverá encontrar-se com o secretário do Comércio, Howard Lutnick, com o representante do Comércio, Jamieson Greer, e com o principal conselheiro económico de Trump, Kevin Hassett, com um plano para aumentar as importações americanas em três áreas: gás, automóveis e armas.

A importação gás natural liquefeito (GNL) americano permitiria não só reduzir a dependência da Rússia, como também nivelar o comércio entre EUA e Europa; no total, Washington D.C. tem um défice comercial de 198 mil milhões de euros com a União Europeia, uma das principais motivações para a imposição de tarifas, escreve a publicação.

O Politico refere também que, no setor automóvel, uma solução a adotar para poder aumentar as importações de carros americanos passaria por reduzir as tarifas sobre a compra destes veículos, situadas atualmente nos 10% – em oposição, os EUA cobram uma tarifa de apenas 2,5% sobre os carros europeus. Porém, segundo as regras europeias, a redução teria de ser transversal a todos os parceiros económicos, o que representaria uma vitória para a China e para o seu setor de automóveis elétricos, que têm no mercado europeu um dos principais alvos.

Relativamente ao armamento, a Europa, que vai inevitavelmente aumentar as suas despesas militares devido à guerra da Ucrânia e à pressão americana, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou em novembro que a União Europeia deveria comprar, em conjunto, sistemas que não consegue fabricar. No entanto, esta ideia deverá enfrentar alguma oposição interna, principalmente do presidente francês que, escreve o político, é um forte defensor da valorização das empresas europeias.

Fora das concessões europeias fica o setor tecnológico, principalmente a inteligência artificial, fortemente regulada pelo bloco.

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