José Luís Carneiro afasta hipótese de bloco central mas garante que tudo fará para “desencrispar a relação política”, in CNN Portugal, 20 Maio 2025

José Luís Carneiro afasta um cenário de bloco central com a Aliança Democrática (AD), mas admite “assentar compromissos” no Parlamento de modo a garantir “estabilidade” política no país.

“Estamos fora da opção de um bloco central, julgo que não é necessário e seria prejudicial os dois partidos subsumirem-se numa solução executiva. Agora, é possível, num quadro parlamentar, constituir uma dimensão de trabalho político que responda a alguns dos impulsos reformistas”, declarou José Luís Carneiro, destacando a reforma do sistema de segurança e de justiça, entre outras.

Em entrevista à CNN Portugal, José Luís Carneiro, que se posiciona para a corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos, com quem perdeu a disputa interna há um ano e meio, adianta que não se sente “condicionado” pelas palavras do ainda secretário-geral do PS, que avisou na noite passada que o seu sucessor não deveria ser o suporte do Governo da AD.

“Julgo que nenhum socialista se sentiu condicionado”, afirmou o antigo ministro da Administração Interna, que ainda não formalizou a sua candidatura, mas que se mostra disponível para “servir o PS”, assegurando que “nada poderá obstacularizar essa disponibilidade”, mesmo que surjam outros nomes para a liderança do partido.

Distinguindo-se da linha de Pedro Nuno Santos – “somos personalidades diferentes” -, José Luís Carneiro garantiu que tudo fará para “desencrispar a relação política”, esperando o mesmo da AD.

Questionado sobre se concorda com as críticas que têm vindo a ser feitas à direção do PS – Sérgio Sousa Pinto, por exemplo, foi uma das vozes mais críticas da atual direção – José Luís Carneiro entende que a análise às culpas “em nada contribui para que o partido se possa reconstituir”, acenando assim com aquela que será a sua bandeira para uma eventual candiatura.

“O meu objetivo é o de promover a inclusão, a unidade e a diversidade intergeracional, interclassista, que são marcas do PS”, assinala.

O PS, recorde-se, teve este domingo um dos piores resultados da sua história, estando mesmo em jogo a possibilidade de passar para terceira força do Parlamento, caso o Chega ganhe mais deputados nos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa. Perante aquilo que muitos socialistas já descreveram como um terramoto, Pedro Nuno Santos acabou por anunciar a demissão na própria noite, tendo entretanto esclarecido que sairá já no próximo domingo.

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