PAN dá entrada a cinco iniciativas para garantir resgate animal em situações de emergência

No dia em que se assinalam cinco anos do trágico incêndio que ceifou a vida de 93 animais em abrigos ilegais na Serra da Agrela, Santo Tirso, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) reforça o seu compromisso com a proteção animal, apresentando cinco iniciativas legislativas essenciais para garantir o resgate de animais em situações de emergência e evitar que tragédias semelhantes se repitam.

Cinco Anos Depois da Tragédia, o PAN Propõe Medidas para Salvaguardar os Animais em Situações de Emergência

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Jean-François Bensahel, “Quem Matou Espinosa?” Um thriller filosófico em que todos são suspeitos, Quetzal Editores

Ler Bento de Espinosa, Judeu holandês de origem portuguesa, é compreender quem somos! (vcs)

Aos 44 anos, deitado numa cama com gripe, Bento de Espinosa – que desde cedo viveu uma vida difícil e de livre pensamento – recebe uma misteriosa visita. Três horas depois, foi encontrado sozinho e sem vida. O dinheiro destinado ao médico desapareceu, assim como uma faca com cabo de prata. Era domingo, 21 de fevereiro do ano 1677.

Prematura, suspeita e nunca totalmente explicada, a morte de Espinosa é o tema do romance de estreia de Jean-François BensahelQuem Matou Espinosa? – um entusiasmante thriller filosófico que chega às livrarias nacionais a 7 de agosto, com tradução de Antonio Sabler.

De olhar acutilante – como um gato – Espinosa escreveu Ética, uma obra revolucionária na história da filosofia, e o famoso Tratado Teológico-Político, tornando-se um dos pensadores mais populares desde o século xviii.

Judeu holandês de origem portuguesa (a sua família viveu na Vidigueira antes de fugir para França e, depois, para Amesterdão), conquistou também inimigos ao longo da vida pela sua visão demasiado arrojada. E se a sua morte não tivesse sido causada pela sua saúde  frágil – mas tivesse sido assassinado? Quem é a pessoa que o visitou no dia em que morreu? Que cartas e manuscritos não publicados desapareceram da sua secretária? Quem beneficia com um crime desta natureza? Católicos, protestantes, judeus, adversários filosóficos, franceses, holandeses. Todos são suspeitos.

Quem Matou Espinosa?, de Jean-François Bensahel, reconstitui a obra e vida de Espinosa e lança o debate sobre a morte de um homem cujo pensamento ameaçava os fundamentos das sociedades europeias de então.

Nota de imprensa disponível aqui. Capa do livro nesta ligação.

Crónica | Luís Galego

Retirado do Facebook | Mural de Rosário Mendes

Há dias em que, confesso, me sinto profundamente tocado pela súbita e quase mística veneração que alguns compatriotas demonstram pela língua portuguesa e pela nossa mui excelsa cultura nacional. Comove-me, de verdade. É um amor novo, mas já maduro, como um vinho comprado ontem e aberto ontem, mas servido com a solenidade de um Porto de 1875. Enternece-me, e uso aqui o verbo no seu sentido mais trágico-cómico, esta ideia tão difundida entre as mentes mais vigilantes da lusofonia de que qualquer estrangeiro que deseje respirar o ar da nossa Pátria, com “P” maiúsculo e a voz embargada por uma lágrima de chouriço, deve, no mínimo, dominar com fluência o uso das mesóclises, reconhecer intuitivamente um pretérito mais-que-perfeito, citar com desenvoltura exemplos de “Os Lusíadas” e ter lido a gramática de Lindley Cintra como quem medita sobre um texto sagrado. Deve, claro está, também distinguir, à primeira audição, uma guitarra de Coimbra de uma de Lisboa, sob pena de exílio linguístico.

O contrário, dizem-me olhos nos olhos, com a gravidade de quem lê os rótulos do vinho como se fossem o “Livro do Desassossego”, seria um atentado à identidade nacional. Um crime contra o património. Um ultraje ao bacalhau com grão e à memória do infante D. Henrique.

A exigência é, convenhamos, de uma coerência comovente. Afinal, como todos sabemos, porque aprendemos isto ainda no útero materno, entre os murmúrios da avó e os ecos da RTP Memória, os nossos gloriosos emigrantes, quando se lançaram mundo fora, faziam-no sempre munidos de um grau de mestrado em Antropologia Comparada na algibeira, uma tese sobre Direito Suíço debaixo do braço e uma fluência no alemão que deixaria Goethe com vontade de aprender Mirandês.

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