HONRA A RIBEIRO SANTOS!, por António Garcia Pereira, 12-10-2025

Num país em que, todos os dias, crescem a vozearia e a violência fascistas, bem como a perseguição e o silenciamento dos valores e das pessoas democratas, e num mundo em que genocídios, como o de Gaza, podem ser impunemente cometidos e até elogiados, e em que o Nobel da Paz pode ser atribuído a uma militante defensora da guerra e da violência reaccionárias, e fervorosa apoiante das hordas neo-fascistas, exemplos justos e heróicos, como o de Ribeiro Santos, assassinado pela PIDE há 53 anos, são mais importantes e actuais do que nunca!

Republico, por isso, aqui o texto que, em sua homenagem e saído do mais profundo do meu ser, escrevi há um ano:

“Faz hoje anos que, pelas 5 horas da tarde, no interior de um Anfiteatro de Económicas (o então ISCEF, hoje ISEG), o estudante de Direito e militante anti-fascista José António Ribeiro Santos foi assassinado a tiro por um esbirro da PIDE.

Foi-lhe tirada a vida, antes de mais, por ser um jovem estudante numa altura em que a juventude, em particular a juventude estudantil, desempenhava, dentro e fora das Escolas, um papel muito activo e importante na luta do Povo português contra a guerra colonial e a repressão fascista. Mas Ribeiro Santos foi assassinado sobretudo por ser um corajoso lutador, que – como naquela tarde de 12 de Outubro de 1972 – ousava lutar e que estava sempre na linha da frente dos combates pela Liberdade e pela Democracia para o Povo!

O seu cobarde assassinato foi um crime nefando, que ficou criminalmente impune já que o assassino, de nome António Joaquim Gomes da Rocha, nunca foi, mesmo depois do 25 de Abril, condenado pelo crime que cometeu. Mas o sacrifício de Ribeiro Santos não foi de todo em vão! O seu exemplo heróico e a enorme repulsa e revolta que causou o seu homicídio abalaram profundamente o regime fascista, ditando o princípio do fim da sua derrota.

A partir daí, por mais pides, bufos e polícias de choque que tivesse, por mais prisões e torturas que cometesse, por mais censura e perseguição que praticasse, e por mais forte e invencível que parecesse, a Ditadura ficou com os dias contados.

Assim, recordar a data de 12 de Outubro deve, desde logo, e sobretudo na época actual, significar não permitir o esquecimento e o apagamento da memória colectiva do assassinato de Ribeiro Santos e dos crimes do regime que o praticou. Mas deve significar também inspirarmo-nos no seu exemplo e não abdicarmos de lutar, lutar sempre por aquilo que é justo, por mais poderosos e até invencíveis que os poderosos e os seus esbirros pareçam!

RIBEIRO SANTOS, O POVO JAMAIS TE ESQUECERÁ!”

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