Notícias do JornalMaio, por Raquel Varela, 24-10-2025

Caros, trago notícias do JornalMaio, em 48 horas quase 5 mil subscritores, mais de 400 emails de trabalhadores de todas as áreas, jornalistas, escritores, técnicos a querer ser sócios, oferecer ajuda, é um bálsamo saber que há outro país, assim. Sem esta força não há jornal, vivemos do apoio de sindicatos e sócios. Também irá agora o novo número subir. Hoje mesmo irá para o ar o meu programa semanal com convidados em formato vídeo. E penso que o que traremos nesse programa é único sobre o que realmente significa para 5 milhões de trabalhadores a proposta de novo código de trabalho. Mas isso exigiu um dia inteiro de estúdio a várias pessoas.

Agora as notícias menos boas- não conseguimos responder em tempo útil mas vamos responder, a todos. É preciso deixar cair a quarta parede de Brecht, a ilusão. Trabalhamos todos das 8 às 21. E estamos a lutar, com alegria, para resolver problemas, sobretudo técnicos, que advêm da internet ser privada – por causa da adesão grande a internet bloqueia o envio de newsletter se não pagamos mais à plataforma, os emails vão para o SPAM se não pagamos mais à plataforma, etc. Ter um jornal, só em custos de internet, para que muitos possam aceder, significa milhares de euros por ano porque se não fica bloqueado. Percebo agora melhor a questão da exigência da internet como bem público. Também montámos um estúdio com 3 câmaras, profissional, mas lidamos com outros problemas, no caso falta de um espaço maior para ter profundidade. E aguardamos parte do cenário.

Temos uma equipa maravilhosa e feliz de jornalistas, um design que tem sido um herói, ilustradores, realizador, produção, organizadores, editores, e não vamos rebentar com a equipa nem fazer nada com má qualidade à pressa. Assim, haverá lentidão na nossa resposta até que tudo esteja nos carris. Sejam pacientes. Não estamos a prestar um serviço, os sócios não são clientes. Estamos, juntos, a construir o Maio.

Começámos 60 pessoas, como sócios. E temos uma redação de 9. Parte de nós trabalha, muito, como toda a gente neste país. Têm sido dias e noites de maravilhamento.

Não vamos repetir o que se faz nos locais de trabalho neste país, pressionar, pressionar, fingir que não se erra ou que não há dificuldades e depois fazer uma sessão de ioga e team building. Aqui assumimos colectivamente os erros, e achamos normal errar, queremos trabalhar e rir ao mesmo tempo.

Quem queira ser sócio (as quotas são fulcrais para mantermos tudo isto) e/ou oferecer ajuda envie um email para geral@jornalmaio.org

Para subscrever gratuitamente a newsletter do Maio podem fazê-lo na página. Mas, sublinho, nós sócios, pagamos para que a possam receber gratuitamente. Ao mesmo tempo trazemos boas novas – já temos reportagens, cursos, teatros, visitas guiadas, tantas ideias, cada uma mais linda, o Maio está a ser pensado, como diz no nosso “Ao que Vimos”, como um grande café onde nos encontremos, em presença também.

“Maio”: para pensar e ajudar a transformar o mundo.

“Imaginemos, em cada rua das nossas cidades, vilas e aldeias, um café.

Ali se debatem temas, se faz teatro, se lê em voz alta, se toca, canta, dança; enfim, se imagina e planeia outro mundo. Uma democracia real, face a face, sem muros nem ameias.

Assim nasceu no mundo, e também em Portugal, a esfera pública.

Depois do café, o jornal. Um espaço colectivo onde se expõem, debatem e repensam ideias. Onde se dão e recebem informações úteis sobre vida e luta, política, sociedade, economia, trabalho. Onde se relatam e trocam experiências, se tiram e debatem lições. Tal é o Maio. Um lugar onde cidadãos, gente que vive do trabalho, manual e intelectual, se propõe criticar radicalmente a sociedade onde vive. Rejeitando, na teoria e na prática, que a forma mercadoria e o lucro, ou seja, o capitalismo, seja o fim da história, o único modo possível de organizar a produção e as relações humanas.

Um espaço que só pode ser democrático e unitário se expusermos abertamente as nossas discordâncias ⎼ sem concessões no conteúdo, mas fraternalmente na forma. “

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