A ESPINGARDA DE HEMINGWAY, por Manuel S. Fonseca, in Facebook

Mas que coisa é essa, intrigante, confusa, perplexa, de ser-se escritor?! Como se eu pudesse saber…

A vocação está na ponta de uma espingarda. Pelo menos para Ernest Hemingway. Mario Vargas Llosa cujo espírito paira agora por aí como uma erótica máquina lírica, descobriu que queria ser escritor – essa pulsão que se diz rasgar as entranhas –, ao ler «Madame Bovary», romance de um senhor francês, dado a crises nervosas, chamado Flaubert. O polaco Joseph Conrad alistou-se na então gloriosa Marinha britânica e aprendeu inglês, língua que foi sua musa inspiradora. 

Mas que rumor é esse que faz os escritores estarem de bem connosco e de mal consigo? Poetas e romancistas serão inspirados por um demónio ou eleitos de Deus? E existirá essa chusma de musas, que imagino de maminhas veladas por tules a roçarem-se pelas meninges dos escritores? No caso das escritoras, serão faunos de infantis pilinhas divertidamente erectas e que quando dedilhadas fazem dó, ré, mi?

Continuar a ler