Camões: 500 anos | Frederico Lourenço

A Grécia teve Homero e Roma teve Vergílio. Itália teve Dante. Na literatura portuguesa, há um autor que não fica um milímetro abaixo destes três génios supremos da arte poética: Luís de Camões. Na verdade, os três génios supremos da poesia são quatro: Homero, Vergílio, Dante e Camões.

Sabemos que Dante nasceu em Florença e que Vergílio veio ao mundo perto de Mântua. Até sabemos a data exacta em que Vergílio nasceu: 15 de Outubro de 70 a.C. Mas, na incerteza sobre o lugar do seu nascimento, Camões é um pouco como Homero. Havia tradicionalmente sete cidades gregas que reivindicavam a honra de terem sido o berço de Homero; mas, na realidade, ninguém sabia onde e quando o grande poeta grego nascera. No caso de Camões, não serão sete as cidades que reclamam (de forma realista…) a sua naturalidade: na contenda estão apenas Coimbra (referida como local do seu nascimento por Domingos Fernandes em 1607); e Lisboa (referida nas biografias que vieram depois). 

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