Pensamentos de uma mulher à janela, de Raquel Naveira.

Em livro que foge às definições de gênero, Raquel Naveira apresenta, em prosa poética, reflexões sobre a condição humana|Adelto Gonçalves (*)

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            Reflexões de uma mulher madura, sensível, amante das Letras e das Artes, à janela, diante de uma noite salpicada de estrelas, compõem Ursa Maior (São Paulo, Scoprtecci Editora, 2025), o mais recente livro da professora universitária, poeta, romancista, contista, cronista, crítica literária e ensaísta sul-mato-grossense Raquel Naveira. Obra de gênero de difícil classificação, para a qual a autora arrisca como definição que seria um “romance em desordem, fragmentário, um amontoado de estudos”, trata-se de uma criação ficcional plasmada em prosa poética, dividida em três capítulos – “Pontos luzentes”, “Astros cintilantes” e “Luminescências” –, que há de encantar até o leitor mais exigente.

O título vem exatamente do olhar feminino para a imensidão do cosmos, durante certa madrugada, em que a autora localizou a constelação da Ursa Maior, que, diante de sua solidão, passa a ser sua interlocutora. Dessa maneira, aos poucos, passa a transmitir ao leitor suas angústias, suas leituras, seus poetas e escritores preferidos, seus gostos e delírios, levando adiante um processo de autoconhecimento.

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