Em permanente fuga para a frente, (Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 22/09/2025)

São sobejamente conhecidos os esforços de Kiev para envolver militarmente a NATO em território ucraniano, para fazer aquilo que a Ucrânia se tem mostrado incapaz. Isto é, recuperar o território ocupado pela Rússia e evitar o descalabro militar.

irresponsável histeria a que se tem assistido nas chancelarias europeias decorrente dos 19 drones que aterraram em território polaco, no dia 10 de setembro, apresentada na forma de um ataque russo a território da NATO, merece uma análise informada, para se perceber exatamente o que aconteceu e esvaziar a argumentação de quem anda paranoicamente a empurrar a Europa para uma confrontação militar direta com a Rússia. De assinalar que não é a primeira vez que somos confrontados com este tipo de acontecimentos. Não seria a primeira operação ucraniana de falsa bandeira. Falamos, por exemplo, dos misseis S-300 ucranianos que caíram na Polónia, apresentados inicialmente como sendo um ataque russo.

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Campanha: AD gasta um milhão em estudos de mercado e agências de comunicação, in Jornal Económico

PS e a coligação PSD/CDS preveem gastar cada um cerca de 2,5 milhões de euros na campanha eleitoral para as eleições de 18 de maio, mas a forma como cada força utilizará esse orçamento é distinta. Luís Montenegro, recandidato a primeiro-ministro e líder da coligação Aliança Democrática (AD), vai investir um milhão em estudos de mercado e agências de comunicação, área na qual o líder socialista Pedro Nuno Santos conta despender menos – 600 mil euros.

Já no que toca à propaganda, comunicação impressa e digital, o PS vai gastar o dobro da AD. De acordo com os dados enviados pelos partidos ao Tribunal Constitucional, neste item os socialistas, cujo orçamento total da campanha é de 2,25 milhões, preveem desembolsar 420 mil euros e os social-democratas apenas 200 mil euros. A diferença na estratégia é notória também no que toca aos famosos brindes: os socialistas dedicam-lhe 180 mil euros do orçamento, ao passo que a AD de Montenegro espera gastar só 77 mil euros.

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Poderia Trump ser o salvador da Europa?, Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 11/07/2024, in A Estátua de Sal

Não faltaram à Europa oportunidades para afirmar o seu projeto. Referimo-nos concretamente às relações com a China e a Rússia, e à sua intervenção como um mediador internacional incontornável.


Ainda nos recordamos de quando Angela Merkel, em maio de 2017, num comício em Munique, aludindo às dificuldades com Donald Trump, disse que os europeus não podem depender completamente dos outros. “Nós, europeus, temos realmente de tomar o nosso destino nas nossas próprias mãos – naturalmente em amizade com os Estados Unidos da América, em amizade com a Grã-Bretanha, ser bons vizinhos de quem quer que seja, também com a Rússia e outros países”.

No fundo, o apelo de Merkel não passava de wishfull thinking, uma vez que as elites europeias estavam devidamente sociabilizadas, “condenadas” a comportarem-se bem e de modo servil perante os desígnios da potência hegemónica.

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E se a Ucrânia não ganhar a guerra? | Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 24/02/2023

EM ADENDA | COMENTÁRIO DE João Gomes in Facebook, na págna de Carlos Fino, de onde foi retirado o texto principal.

A pior solução para os europeus é não considerarem a Ucrânia um interesse vital e acabarem por ter de morrer por ela. Washington sabe o que quer e o que está a fazer. Os dirigentes europeus nem por isso.

A esmagadora maioria dos comentadores nacionais afirma de modo convicto e determinado que “a Ucrânia vai ganhar a guerra”, “a Ucrânia tem de vencer”, como se a insistente oralização de uma vontade fosse suficiente, e a capacidade para a concretizar um aspeto de menor importância.

Questionar o dogmatismo subjacente a esta certeza tornou-se sinónimo de apoio e alinhamento com as posições de Moscovo.

Entenda-se por ganhar a guerra, o regresso dos territórios presentemente anexados pela Federação da Rússia ao controlo de Kiev, Crimeia incluída, com a consequente expulsão das forças russas do território ucraniano, ao que se juntará a adesão de Kiev à NATO e à União Europeia (UE).

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