Pensar na importância da independência da Guiné-Bissau para Portugal talvez mereça cinco minutos de leitura. | Carlos Matos Gomes

24 de Setembro de 1973 — O PAIGC, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, declarava a independência unilateral da colónia portuguesa da Guiné, numa cerimónia realizada na região do Boé, no Leste. A independência seria reconhecida por cerca de oitenta estados e a Guiné seria admitida com o estatuto de observador na ONU.

Amílcar Cabral havia anunciado em 1972 esta declaração de independência. Seria assassinado por elementos do PAIGC, em Conakry, em Janeiro de 1973. A direção do PAIGC que substituiu Amílcar Cabral, chefiada por Luís Cabral, com Aristides Pereira e Nino Vieira, procurou legitimar-se como seus sucessores numa união conjuntural de interesses, realizando ações militares de grande envergadura, a designada Operação Amílcar Cabral, com ataques a guarnições portuguesas na fronteira norte — Guidaje — e na fronteira sul — Guileje. O mês de Maio de 1973 ficaria conhecido como o do “Inferno dos 3 G’s”. As forças portuguesas sofreram baixas significativas e perderam a guarnição de Guileje, que foi ocupada pelo PAIGC.

Continuar a ler