Lobby lusófono no Conclave?, por Leonídio Paulo Ferreira, in DN, 23-04-2025

Portugal desempenhou um papel de grande importância na História do catolicismo, basta pensar que o país hoje com maior número de católicos é o Brasil e que aquele percentualmente mais católico é Timor-Leste. Some-se a isto, se ainda houver dúvidas, que metade dos 30 milhões de cristãos da Índia são católicos e muitos têm nomes de família como Fernandes, Dias, Pinto, D’Silva ou D’Souza ou sublinhe-se o uso do português na liturgia dos “cristãos ocultos” japoneses. A par dos espanhóis, foram os portugueses os grandes responsáveis pela expansão global da influência dos papas, e isto num momento em que na Europa Ocidental o seu tradicional domínio era desafiado pelas teses de Lutero.

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OPINIÃO | Não há plano B para Zelensky sem Trump, por Leonídio Paulo Ferreira, in Diário de Notícias, 01-03-2025

É um erro interpretar o que se passou sexta-feira na Casa Branca em simples termos de admiração pela resistência de Volodymyr Zelensky e de indignação pela aversão de Donald Trump ao protocolo diplomático. E se para o presidente ucraniano é reconfortante o apoio de líderes como o britânico Keir Starmer, que entretanto já o recebeu no nº 10 de Downing Street, assim como a solidariedade da maioria dos ucranianos, a prioridade tem de ser manter a relação estratégica com os EUA. 

As mãos na cabeça da embaixadora ucraniana em Washington, Oksana Markarova, à medida que a conversa de Zelensky com Trump e também o vice-presidente JD Vance se transformava num bizarro espetáculo televisivo, não tinha apenas que ver com a quebra do protocolo diplomático, mas também com o desafio de salvar o que pode ser salvo. Por muito que os países europeus, seja o Reino Unido sejam os grandes da UE, proclamem que estarão até ao fim com a defesa da soberania e da integridade territorial ucraniana, não é imaginável um plano B para a Ucrânia que não continue a incluir os EUA.

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