ANÁLISE | Vamos com calma, Europa: o avanço da extrema-direita não é inevitável e tem mais fumo que fogo | Paulo Querido in “VamoLáVer”

Há quatro países governados pela extrema-direita que em breve serão três. 84% dos cidadãos comunitários não conhecem governos desses. Balanço da presença dos extremistas em governos e parlamentos.

Começo por uma primeira nota: o objetivo deste levantamento é proporcionar uma visão objetiva da realidade, o que numa época de temperaturas políticas elevadas será facilmente criticado como um “branqueamento” ou uma “desvalorização” do perigo que o crescimento da extrema-direita constitui tanto para os cidadãos dos países europeus como para a União Europeia e para a democracia. Mas não pretendo nada disso, pelo contrário. Trata-se de situar esse crescimento de forma a melhor lidar com ele.

Segunda nota. Deu muito mais trabalho do que supunha à partida a elaboração desta lista. Não tanto pela dificuldade de catalogação: é muito difícil concordarmos sobre que partidos ou governos são de extrema-direita, tendo eu optado pela filiação dos partidos na família europeia ID (Identity and Democracy) onde se juntam CH, Lega Nord, AfD e CH, entre outros e, na sua ausência ou na dúvida, pela informação disponível. Mas porque apesar das pesquisas exaustivas, não consegui encontrar nenhuma lista que servisse de ponto de partida.

Continuar a ler

Versão da Revista Tintin comemorativa dos 60 anos l Tintin. As Jóias de Castafiori, de Hergé já nas livrarias.

ASA BD – 27 novembro 2023 | Novidade Editorial BD

Versão da Revista Tintin comemorativa dos 60 anos  l Tintin. As Jóias de Castafiori, de Hergé já nas livrarias.

No início dos anos sessenta, Hergé é um homem realizado. As Aventuras de Tintin são agora distribuídas em muitos países e a notoriedade do seu autor é crescente. Nessa época, Hergé começa a distanciar-se da banda desenhada, para se interessar pela arte contemporânea. Além disso, quando mergulha na criação de uma nova aventura de Tintin, é pelo prazer de subverter os códigos que ele próprio estabelecera. É assim que, com As Joias de Castafiore, ele entrega o seu trabalho mais inesperado. Antes de projetar a edição definitiva, conhecida no mundo inteiro, o desenhador tinha elaborado uma primeira versão, publicada na revista Tintin, e cujos originais estavam adormecidos nos seus arquivos, há 60 anos. Restaurados com cuidado e minúcia, esses documentos permitem-nos hoje oferecer As Joias de Castafiore, da mesma forma que apareceu, na íntegra, na revista para jovens dos 7 aos 77 anos, entre 1961 e 1962.

Nascido a 22 de maio de 1907 em Etterbeek, Georges Remi assinou inúmeras ilustrações para revistas de escuteiros durante a sua juventude sob o nome de Hergé. Foi em 10 de janeiro de 1929 que “deu à luz” o repórter Tintim nas páginas do Petit Vingtième, suplemento juvenil de um jornal diário católico belga. O seu herói rapidamente se tornou a personagem mais emblemático da BD Francófona. Curioso por tudo o que compõe o seu século, Hergé colecionou imagens e signos míticos e históricos. Através da sua arte de desenhar e da sua ciência de contar histórias, ele deu à BD europeia o reconhecimento mundial inquestionável. Morreu em 3 de março de 1983 em Woluwe-SaintLambert.

TÓPICOS DA IMPRENSA | 27-11-2023 | VCS

1 – CDS toca a reunir: “Direita moderada faz muita falta” no Parlamento, diz Portas.

Nuno Melo volta a juntar Portas, Monteiro e Cristas, mas também nomes que já saíram do partido como Mesquita Nunes e Mendes da Silva para definir a estratégia para as legislativas antecipadas

Se ao congresso do PSD chegou a ser apontada a falta de ex-líderes para sinal de pouca motivação – a surpreendente aparição de Cavaco Silva fez esquecer que, sem ele, só lá estava Manuela Ferreira Leite -, no CDS o tempo é de mostrar ex-líderes e Nuno Melo, o atual presidente, volta a juntar Manuel Monteiro, Paulo Portas e Assunção Cristas nas reuniões estratégicas que promove esta semana na sede do partido, em Lisboa. Para ler este artigo na íntegra  clique aqui | in EXPRESSO

2 – Crise da habitação no topo do debate para eleiçõe nos Países Baixos. | Há um défice de cerca de 400 mil habitações nos Países Baixos.

3 – Alexandra Leitão: “Antes da crise política, Montenegro era um líder quase a prazo, porque as críticas dentro do partido eram mais que muitas e vinha Passos Coelho salvar”

Alexandra Leitão analisa o último congresso do PSD, que “foi aproveitado para a promoção do seu líder”. “Noto a ausência de Passos Coelho no congresso”, remata. “Antes da crise política, Montenegro era um líder quase a prazo, porque as críticas dentro do partido eram mais que muitas e vinha Passos Coelho salvar o PSD”, recorda. Mas, depois, perante a falta de tempo para uma alternativa, “passou a ser o melhor do mundo”. Alexandra Leitão considera que o primeiro discurso de Montenegro foi “lamentável”, de uma “misoginia inacreditável” na referência a Mariana Mortágua como “Cinderela”. A comentadora lembra que o anterior executivo social-democrata foi muito além das exigências da troika no que respeita ao estado social. | in CNN Portugal

Frederico Lourenço | Uma lasanha com Horácio

A trindade dos poetas supremos da Antiguidade está claramente identificada numa passagem dos «Poemas Lusitanos» de António Ferreira (contemporâneo de Camões), obra publicada postumamente em 1598. Os nomes são três: Homero, Vergílio e «Horácio, a quem obedeço». É evidente que nenhum poeta consegue competir com Homero e Vergílio, que são os dois vultos inigualáveis da história da literatura. Horácio chega-lhes perto, mas fica sempre aquém – a não ser numa coisa. A poesia de Horácio dá-nos a ver e a sentir aquilo que procuraremos sempre em vão na epopeia homérica e vergiliana: a vida real, contemporânea do poeta.

Horácio é uma janela aberta sobre a Roma do tempo dele. Sobre Roma entendida em termos políticos, sem dúvida: afinal, ele conheceu pessoalmente protagonistas da história de Roma como: Bruto, assassino de Júlio César; o imperador Augusto; Mecenas, o grande patrocinador dos poetas; o futuro imperador Tibério. Foi amicíssimo de Vergílio. Mas a janela que Horácio nos abre é também sobre a Roma real, da vida real.

Continuar a ler