ANÁLISE | Aliança Democrática: o rebranding do centro-direita é o mais significativo evento político depois da “geringonça” em 2015 | Paulo Querido in “VamoLáVer”

PSD e CDS anunciaram em conjunto na passada quinta-feira (21/12) uma coligação de longo fôlego e ambição. Chama-se (até ver) Aliança Democrática e vincula estes dois partidos do centro-direita e direita para o “horizonte do actual ciclo político, conforme consta do comunicado. Ou seja, abrange as legislativas antecipadas para 10 de março, as europeias previstas para junho e as autárquicas do ano seguinte, 2025.

Provavelmente, não se ficará por aí. Este anúncio é, salvo melhor opinião, o mais significativo evento político-partidário em Portugal desde o acordo que em 2015 permitiu que pela primeira vez na história da democracia portuguesa partidos à esquerda tivessem uma influência direta na governação. E é uma resposta ao atual ambiente político de extremismo e perda de poder dos centros, tal como esse já fora.

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TÓPICOS DA IMPRENSA | 26-12-2023 | VCS

1 – Patriarca de Lisboa critica cultura de bipolarização, provocação e confronto

Lisboa, 25 dez 2023 (Lusa) – O patriarca de Lisboa alertou hoje que se vive “a atrocidade da bipolarização, que impõe a obrigatoriedade da provocação, do confronto inconciliável, que apenas gera divisão e é incapaz de fomentar uma cultura de cooperação e inclusão”.

2 – Ministro da Defesa russo considera abortada contraofensiva ucraniana

“Os principais esforços no ano passado concentraram-se na concretização dos objetivos da operação militar especial. O mais importante foi abortar a contraofensiva tão anunciada pela Ucrânia e pelos seus aliados da NATO. A missão foi cumprida com sucesso”, afirmou Sergei Shoigu durante uma reunião com o Estado-Maior do Exército russo

“Meu Dostoiévski: Os Minutos Finais”, obra que vai além da biografia | Autor: Edson Amâncio | por Adelto Gonçalves

Esta é uma biografia que vai muito além dos estreitos limites do gênero. Em suas páginas, constata-se que é resultado de uma admiração que já passou de meio século por Fiodor Mikháilovitch Dostoiévski (1821-1881), o romancista e contista russo que, hoje, ombreia com grandes autores universais, como Dante Alighieri (1265-1321) e Miguel de Cervantes (1547-1616), ou outros gigantes da literatura russa, como Nicolai Gogol (1809-1852) e Alexandre Pushkin (1799-1837), ou o nosso Machado de Assis (1839-1908).
Talvez impedido por muitos obstáculos – que incluiria a distância dos arquivos russos –, em vez de construir uma extensa biografia semelhante à que o norte-americano Joseph Frank (1918-2013) fez, que resultou em quatro volumes e mais de três mil páginas, o autor desta obra, o romancista, contista e cronista Edson Amâncio (1948), preferiu, em muitos momentos, recorrer à ficção para tentar traçar alguns ângulos da personalidade de Dostoiévski e daqueles que conviveram com ele, além de documentar o percurso de sua paixão literária, que teve início em 1962 quando se deparou na biblioteca pública de sua cidade natal, Sacramento, no interior de Minas Gerais, com Recordação da Casa dos Mortos, obra basilar do currículo dostoievskiano. 

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A derrota do Deus do Ocidente | Carlos Matos Gomes

A ação do Estado Judaico na Palestina, o genocídio em Gaza e a destruição da Cisjordânia constitui um ato que os seus autores pretendem que seja o ato final do direito de origem divina de Povo Eleito à Terra Prometida, a provocar um Armagedeão em termos do Antigo Testamento bíblico. Os dirigentes judaicos justificaram e justificam com o Antigo Testamento da Bíblia e com o seu deus Javé a ocupação manu militari de mais este território da Terra Prometida a Abraão há quatro mil anos. Sem a dimensão religiosa não é possível entender a política do Estado de Israel, o discurso e o comportamento dos seus dirigentes e a atitude de arrogância que revelam perante aa comunidade internacional (gentios) e até contra os seus protetores americanos.

No entanto, no Ocidente cristão esta guerra santa, equivalente a uma cruzada ou uma jhiad, está a ser quase exclusivamente analisada sob o ponto de vista técnico, como um historicamente vulgar conflito tendo por base os interesses de grupos políticos, económicos e sociais, interesses estratégicos de poder global envolvendo superpotências e potências regionais. Como mais uma “guerra” das muitas em que o Ocidente se tem envolvido desde que se reconstituiu após a queda do império romano, tendo o cristianismo como base ideológica e civilizacional.

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