O poeta Silas Correa Leite escreveu o livro de disparates poéticos do ‘H 2 O P U S’ durante a pandemia da COVID

O que gera o fantasma são as fomes […].

A queda repentina do horizonte […].

O tiro pelas costas, a escuridão […].[ Millôr Fernandes ]

Colha o dia.

Acredite o mínimo possível no futuro.[ Homero ]

A dor é constitutiva de nosso ser e de nossa vida.

E é por isso que, por vezes, a gente escreve.

[ João Anzanello Carrascosa ]

-‘’Faz escuro/Mas eu canto’’, disse o poeta Thiago de Mello. Os poemas que compõem este livro foram escritos durante a expandida quarentena insustentável do Coronavírus em 2020, 2021  e 2022. Como alvo em potencial (idade e hipertensão) de risco, e de forçado afastamento sustentável não assistido, em quarentena por causa do grave problema de risco de contaminação pela corona vírus, o poeta Silas Corrêa Leite, “sem lenço e sem documento… nada nos bolsos e nas mãos…” (Caetanear, por que não?), sempre “mãos ao álcool” (gel), começou a dialogar com a situação-momento-risco, escrevendo os aços do oficio de ter que sobreviver, e assentou poemas e barbaridades afins, sobre esse retiro profissional, social, intelectual e etílico-cervejetariano, rendido na Estância Boêmia de Santa Itararé das Letras, Cidade Poema. Bactérias, artérias, sentições, chips, bijutelíricas, lampejos, pensares, disparates, isolamentos, solidão-oficina, resguardo; montagem e acervo literocultural de testamento, quase também ossos do oficio de ser, estar e permanecer na ativa, custasse o que custasse, doesse o que doeu… Em crise, ninguém é normal… Sem beijos, sem abraços, sem apertos de mãos, apenas na abordagem invasiva e socada do teclado que quase surtou, deu com os burros e os fulcros das palavras n’água, tipo, H20. O céu podia esperar.  Quem sobreviveu lerá. Há vírus que vêm pra bem, na arte…  Escrevendo… correu o risco!

Pois dessa quarentena expandida, por ser alvo de risco da Coronavírus, Silas Corrêa Leite, poeta e contista, afastado das lides de educação, aproveitou por manter o exercício de escrever sobre o próprio retiro, primeiro no refúgio de seu lar, na Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, cidade poema, e depois em Sampa, “panamérica das áfricas utópicas” e, enfurnado em casa, engordando, lavando as mãos antes e depois de lavar as mãos, de máscara, quase surtando por estar isolado do mundo, deu-se a escrever lampejos, bijutelíricas, poesilhas, entre sofrências, pitacos maviosos ou hilários, para não dizer aqui e ali cult, feito um admirador de Woody Allen, de Orides Fontela, de Paulo Leminski, de Leon Eliachar, ou de Drummond entre outros. Deu isso. O oxigênio da arte como libertação. Sob risco também, ninguém é normal. Aqui, os chips e surtos circuitos desse tempo, espaço e fuga. Que a morte tenha piedade do NÓS-Núcleo de Otários. Subordinados. Livro bom é quando ninguém morre no final. O inferno mora no desfecho, ou o inferno são os outros, como diria Sartre. Leia e acredite se quiser. Ou, surte no H2Outros. Que mundo a coronavírus acabou sendo?…

A cruz?… ah, a cruz, Fi(n)que em casa! +

Autor: Silas Correa  Leite – Email: poesilas@terra.com.br

Box: https://www.cajuinaeditora.com.br/product-page/h2opus-silas-corr%C3%AAa-leite

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