Friedrich Nietzsche Desafia: A Verdadeira Natureza da Fé

Junte-se a nós nesta fascinante exploração da provocativa afirmação de Friedrich Nietzsche sobre a fé e sua influência na percepção da realidade. Descubra como o renomado filósofo alemão desafia os fundamentos das crenças humanas, lançando luz sobre a interação entre experiência, crença e conhecimento. Em meio a uma jornada intelectual instigante e crítica, examinaremos como Nietzsche nos convida a repensar não apenas o papel da fé em nossas vidas, mas também sua validade como base para compreender o mundo ao nosso redor. Prepare-se para mergulhar nas complexidades da condição humana e nas implicações filosóficas dessa reflexão profunda.

BENTO DE ESPINOSA | BARUCH SPINOZA | BENEDITO ESPINOZA, Filósofo Português

CAUTE, foi a divisa que adoptou | 1632 – 1677

Baruch de Espinosa, (nato ברוך שפינוזה, em hebraico, e Bento de Espinosa, em português) mais tarde como autor e correspondente Benedictus de Spinoza (Amsterdão, 24 de novembro de 1632 — Haia, 21 de fevereiro de 1677).

Foi um filósofo de origem judaico-portuguesa, nascido nos Países Baixos, filho de refugiados na Sinagoga Portuguesa de Amsterdão que tinham fugido da inquisição lusitana. Um dos primeiros pensadores do Iluminismo[11] e da crítica bíblica moderna,[12] incluindo das modernas concepções de si mesmo e do universo, ele veio a ser considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do século XVII. Inspirado pelas ideias inovadoras de René Descartes, Spinoza se tornou uma figura filosófica importante da Idade de Ouro Holandesa. O nome de batismo de Spinoza, que significa “Bem-aventurado”, varia entre as diferentes línguas. Em hebraico, seu nome completo é escrito ברוך שפינוזה. Na Holanda ele usou o nome português Bento.

1. BERGSON– «Pode dizer-se que todo o filósofo tem duas filosofias; a sua e a de Espinosa»

2. J. L. BORGES – «Penso que Espinosa tem de ser sentido como um santo. Penso que todos temos de lamentar o facto de não o termos conhecido pessoalmente.

3. HENRI ATLAN – «Ao contrário do que pensámos durante muito tempo, foi afinal Espinosa quem triunfou, não apenas dos teólogos, não apenas de Descartes, mas também de Kant».

4. JOAQUIM DE CARVALHO | Coimbra. Abril de 1950

A existência humana sobrevém num mundo que lhe é dado e cuja construtura e fenomenalidade são o que são; como pensar em ordem a que o Universo se torne racionalmente explicável, o pensamento se adeque plenamente à razão de ser de tudo o que existe e a vida espiritual se converta em fruição da beatitude, ou por outras palavras, em plena compreensão e em inalterável contentamento e paz de consciência?

DEUS SIVE NATURA

DEUS E A NATUREZA NATURADA

Ontologicamente, o Mundo foi considerado por Espinosa duplamente: no seu ser e razão de ser, invisíveis aos olhos da face, e na manifestação do ser e razão de ser, sensível aos nossos sentidos.

O primeiro, é a Natureza Naturante, ou Deus, que é a única realidade substantiva; o segundo, é a Natureza Naturada, inteiramente desprovida de substantividade, com existência puramente modal, isto é, existe como manifestação da produtividade inerente à Natureza Naturante ou Deus.

Há, assim, como que dois aspetos da metafísica do existente: o substancialista e o modal, ou por outras palavras, a realidade que é, una, eterna, infinita, imutável, e a realidade que está, diversa, temporal, finita, mutável na sucessão necessária do seu acontecer.

ALGUMAS PROPOSIÇÕES DA SUA OBRA MONUMENTAL “ÉTICA”

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O beijo e a lágrima | Mia Couto

“Quero um beijo, pediu ela.

Um sismo

abalou o peito dele.

E devotou o calor

de lava dos seus lábios,

entontecida água na cascata.

Quando terminou

ela tinha os olhos rasos de água.

Entusiasmado,

ele se preparou para, de novo,

duplicar o corpo e regressar à vertigem do beijo.

Mas ela o fez parar.

Só queria um beijo.

Um único beijo para chorar.

Há anos que não pranteava.

E a sua alma se convertia

em areia do deserto.

Encantada,

ela no dedo recolheu a lágrima.

E se repetiu o gesto

com que Deus criou o Oceano.”

Mia Couto

Fernando Pessoa | Poesias Inéditas (1919-1930)

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Fernando Pessoa | Poesias Inéditas (1919-1930)

SPINOZA E A LIBERDADE, por Marcos Bazmandegan, in “Saúde mental e espiritual com Mary”/Facebook

“Spinoza contrapôs a Liberdade Humana (tema da Ética V) à Servidão Humana (tema da Ética IV), definindo servidão como a “impotência humana para regrar e reprimir os afectos.” (E4, pref.). Onde logo acrescenta: “o homem sujeito aos afectos não está sob jurisdição de si próprio, mas da fortuna, em poder da qual está de tal maneira que, apesar de ver o melhor para si, é, no entanto, amiúde coagido a seguir o pior.” (E4, pref.).

A servidão é, portanto, a nossa impotência de agir face à coação de causas externas contrárias à razão, que determina aquilo que é mais útil à conservação do nosso ser. Por sermos parte da natureza, limitados e superados pela potência das causas exteriores, sofremos, isto é, estamos submetidos à servidão dos afectos e necessariamente sujeitos às paixões. A servidão é, deste modo, uma condição humana universal.

Só somos livres quando, na medida das nossas forças, somos a causa adequada das nossas ações, isto é, quando entendemos a ordem e a conexão das coisas, agindo adequadamente para a conservação do nosso ser. E grande parte desse entendimento passa por compreender que “um afecto não pode ser reprimido, nem suprimido, a não ser por um afecto contrário e mais forte do que o afecto a reprimir.” (E4, prop. 7). Em suma, não temos o poder de alterar os efeitos dos afectos com que somos afectados, mas temos a possibilidade de escolher alguns dos afectos a que queremos estar sujeitos. Nessa possibilidade reside a nossa difícil liberdade, tão árdua quão rara de ser alcançada.

A verdadeira Liberdade Humana não é, pois, universal, nem garantida à partida: vai sendo conquistada.

(Por Marcos Bazmandegan)