Vamoláver | Europeias apenas beliscam Parlamento, mas arrasam França e Alemanha

O “coração” que manda na União manteve-se a “bombar”: PPE, S&D e RE têm uma maioria de 402 lugares para resistir ao avanço tremendo da extrema-direita. Mas França e Alemanha ficaram em maus lençóis.

Resultado das Europeias apenas belisca Parlamento, mas arrasa França e Alemanha

  • PPE vence europeias e conquista mais oito eurodeputados do que em 2019
  • Em Portugal o vencedor foi o PS, com mais um eurodeputado que a AD
  • Marta Temido é a primeira política a vencer umas eleições
  • Extrema-direita sobe em geral, mas não em todo o lado

A União Europeia acordou esta manhã a digerir um aumento no apoio a partidos de extrema-direita e uma rejeição aos governantes centristas, liderada pelas maiores nações do continente — França e Alemanha. O euro desceu nas operações matinais; os mercados de ações europeus sofreram quedas; e o mundo económico mostra-se apreensivo.

As forças conservadoras nacionais e de extrema-direita registaram avanços significativos, ficando com cerca de um quarto dos eurodeputados no parlamento de 720 lugares – o seu melhor resultado de sempre. No entanto, o desempenho não foi uniforme em todos os países, com alguns surpreendentemente a ficarem abaixo das expectativas.

França e Alemanha: o grande problema

  • França: Marine Le Pen e o seu partido, o Rassemblement National (RN), derrotaram Emmanuel Macron com o dobro dos votos (32% contra 15%), forçando Macron a convocar eleições legislativas antecipadas.
  • Alemanha: O Alternative für Deutschland (AfD) obteve 16% dos votos, superando cada um dos três partidos da coligação que sustenta o governo do chanceler Olaf Scholz.

Estes resultados preocupam, especialmente considerando que França e Alemanha são tradicionalmente motores da União Europeia.

Itália e Áustria: problemas menores

  • Itália: os Irmãos de Itália, liderados pela primeira-ministra Giorgia Meloni, conquistaram 28% dos votos, vencendo as eleições
  • Áustria: o FPÖ, como previsto, terminou em primeiro lugar com 26%.

As desilusões da extrema-direita

  • Bélgica: o Vlaams Belang ficou abaixo dos 14%.
  • Dinamarca: o Partido Popular Dinamarquês teve 6.4%.
  • Finlândia: o Partido dos Finlandeses registou 7.6%.
  • Suécia: os Democratas Suecos obtiveram 13%.
  • Portugal: o Chega apenas elegeu dois eurodeputados e obteve 9% dos votos — metade da percentagem nas legislativas já este ano
  • Polónia: o Lei e Justiça (PiS) foi derrotado pela Coligação Cívica de Donald Tusk
  • Espanha: o Vox não conseguiu ultrapassar os 10%.
  • Países Baixos: o Partido da Liberdade, de Geert Wilders, perdeu três assentos em relação à aliança Trabalhista/Verde
  • Hungria: o Fidesz ficou em primeiro lugar mas com o pior resultado em 20 anos, o que diminui a força de Viktor Orbán

Os resultados destas eleições refletem, em grande parte, desenvolvimentos a nível nacional, com muitos governos incumbentes impopulares. Apesar do avanço da extrema-direita, ela permanece “sub-representada” a nível europeu.

Matemática simples

  • Serão 720 deputados. A maioria consegue-se com 361.
  • Direitas unidas (PPE+ECR+ID): 315
  • Direitas unidas com RE: 394
  • Esquerdas unidas (S&D+Greens+Left): 227
  • Extrema-direita (ECR+ID): 131
  • Bloco central que “manda” no PE e na UE (PPE+S&D+RE): 402

Adivinha-se uma tremenda reconfiguração à direita do PPE. Meloni (ECR) venceu com menos força do que se afigurava, enquanto se passou o contrário com Le Pen (supostamente de saída do ID). Os resultados dos dois grupos de direita radical e extrema-direita são desalinhados das suas expetativas.

Ou seja, temos grandes questões. Por exemplo, o CH não vai riscar nada; e deverá arrefecer a vontade expressa na campanha de se mudar do ID para o ECR. E o que conta realmente à direita da direita é para onde cairá o Fidesz de Viktor Orbán. Expulso do PPE, tornou-se um pária (aparece nos não inscritos). Até porque Orbán é um aliado confesso de Putin, de quem é amigo e admirador.

É quase impossível a constituição de um grupo a partir dos estilhaços do ECR e do ID que consiga o pleno desses dois grupos e o ingresso do Fidesz. Le Pen, outra grande amiga da Rússia, que a financiou, distanciou-de de Putin por causa da guerra na Ucrânia e ninguém a vê, sobretudo depois desta vitória estrondosa em França, a juntar-se a Orbán e ao AfD.

Queda dos Verdes

Outra grande perda da noite passada foi para os Verdes, que perderam um quarto do seu apoio em comparação com as últimas eleições europeias de há cinco anos. Naquela altura, o fervor pró-clima apoiado por Greta Thunberg estava no seu auge e desafios como a guerra na Ucrânia e a crise energética associada nem sequer eram vislumbrados pelos eleitores.

Próximos passos

Os líderes políticos no Parlamento Europeu já estão a reunir-se hoje para começar a delinear possíveis apoios para uma coligação. Esperam-se chamadas entre as capitais nacionais, à medida que von der Leyen sonda o apoio à sua candidatura e se discutem nomes para outros cargos de topo na UE, como o presidente do Conselho Europeu. A corrida pelos cargos de topo também deverá dominar as conversas na cimeira do G7 em Itália, que começa na quinta-feira.

Sorrisos na Comissão Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve uma boa noite. O seu partido de centro-direita, o PPE, ganhou assentos, deixando-a bem posicionada nas negociações que agora se intensificarão sobre quem ocupará os principais cargos da UE no próximo mandato. Von der Leyen é a candidata principal do seu grupo político e procura mais cinco anos no cargo.

Jogo de números

Apesar de von der Leyen poder argumentar que tem um mandato, dado que o PPE voltou a emergir como o grupo mais forte, precisa do apoio de todos os 27 líderes da UE, além dos 361 eurodeputados necessários — uma maioria no parlamento agora composto por 720 assentos. Embora o PPE tenha crescido em número, não está claro se ela tem o pleno apoio de todos os membros dos grupos aliados.

A Grande Mudança nas Eleições Europeias

Vencedores

  • Partido Popular Europeu (PPE): O bloco de centro-direita consolidou-se como o maior grupo do parlamento com 184 assentos, ganhando mais oito em comparação com as eleições de 2019.
  • Identidade e Democracia (ID): Liderado por Marine Le Pen, o grupo da extrema-direita obteve 58 assentos, nove a mais do que há cinco anos.
  • Partidos Não Alinhados: Incluindo partidos tanto da direita como da esquerda que não pertencem a nenhum grupo político reconhecido, ganharam 99 assentos, mais 37 do que em 2019.
  • Conservadores e Reformistas Europeus (ECR): Dominado pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, conquistou mais quatro assentos do que nas últimas eleições.

Derrotados

  • Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D): Perdeu quatro assentos, mas continua a ser o segundo maior bloco do parlamento com 139 assentos. No entanto, caiu para o segundo lugar em grandes países como Espanha, onde era o primeiro partido em 2019.
  • Renew Europe (RE): Sofreu uma grande derrota, perdendo 22 assentos.
  • Partido dos Verdes: Também enfrentou uma perda significativa, com uma redução de 19 assentos em comparação com os ganhos fortes de 2019.

As figuras vencedoras

Ursula von der Leyen

A presidente da Comissão Europeia saiu das eleições de domingo com a possibilidade de formar uma coligação de Socialistas, Liberais e o seu próprio Partido Popular Europeu. Estes três grupos, que a apoiaram no seu mandato atual, deverão ter cerca de 402 votos no parlamento. Embora precise apenas de 361 votos para garantir um segundo mandato, a possibilidade de deserções mantém a sua vitória incerta. Além disso, necessitará do apoio dos líderes nacionais da União Europeia no Conselho Europeu.

Giorgia Meloni

A líder de direita italiana venceu as eleições em Itália, destacando-se bem à frente dos seus rivais. Tal como Donald Tusk da Polónia, Meloni é uma das poucas líderes de grandes países da UE a conquistar uma vitória significativa, aparentemente melhorando em relação ao resultado das eleições de 2022.

Extrema-direita

O sucesso do Rassemblement National, de Marine Le Pen, foi a grande notícia da noite, levando Macron a dissolver o parlamento e convocar novas eleições. A extrema-direita também venceu na Áustria, empatou para o primeiro lugar nos Países Baixos e ficou em segundo na Alemanha e Roménia. O Reconquête de Éric Zemmour também conseguiu entrar no parlamento.

Socialistas

Embora não tenham deslumbrado, os partidos de centro-esquerda europeus mantiveram-se firmes, ficando em segundo lugar em grandes países como Espanha e Itália, e em terceiro na França, onde Raphaël Glucksmann parece ter ressuscitado o centro-esquerda. Na Alemanha, no entanto, os Socialistas de Scholz ficaram em terceiro, atrás do AfD de extrema-direita.

Péter Magyar

Antigo aliado e agora rival do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, Magyar emergiu como a face incontestada da oposição na Hungria, conquistando cerca de 30% dos votos.

Roberta Metsola

A presidente do Parlamento Europeu, de Malta, conseguiu um assento extra para o seu partido, tendo obtido mais de 87.000 primeiros votos preferenciais, tornando-se a candidata mais votada desde que Malta aderiu à UE.

As figuras derrotadas

Emmanuel Macron

O presidente francês foi atingido duramente após o seu partido ficar em segundo lugar, apenas um pouco à frente dos Socialistas. A sua candidata principal, Valérie Hayer, foi repetidamente ofuscada pelos seus aliados masculinos, incluindo o primeiro-ministro Gabriel Attal.

Olaf Scholz

Os Social-Democratas do chanceler alemão foram esmagados pelos Democratas Cristãos de centro-direita e pelo AfD de extrema-direita. Com apenas 14% dos votos, o SPD obteve o seu pior resultado em mais de um século.

Verdes

Depois de um desempenho forte em 2019, os Verdes sofreram derrotas significativas na Alemanha, passando de 21 para talvez apenas 12 cadeiras, mal se mantiveram na França e não conseguiram nenhum assento em Portugal. Perderam cerca de 20 assentos no total.

Viktor Orbán

O líder nacionalista húngaro teve um desempenho pior do que o esperado, enfrentando um desafio feroz de Magyar. Embora o partido Fidesz tenha obtido 43.8% dos votos, foi o seu pior resultado de sempre em eleições para o Parlamento Europeu.

Matteo Salvini

O partido Liga, do vice-primeiro-ministro italiano, que obteve 34% dos votos em 2019, teve menos de 9% desta vez, ficando ao nível do Forza Italia.

Alexander De Croo

O primeiro-ministro belga anunciou a sua demissão após a derrota eleitoral sofrida pelo seu partido, o Open VLD, nas diferentes eleições realizadas no país neste domingo, em simultâneo com as eurpoeias.

Fontes e leituras recomendadas: guardian.compolitico.eualjazeera.com

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