Poderia Trump ser o salvador da Europa?, Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 11/07/2024, in A Estátua de Sal

Não faltaram à Europa oportunidades para afirmar o seu projeto. Referimo-nos concretamente às relações com a China e a Rússia, e à sua intervenção como um mediador internacional incontornável.


Ainda nos recordamos de quando Angela Merkel, em maio de 2017, num comício em Munique, aludindo às dificuldades com Donald Trump, disse que os europeus não podem depender completamente dos outros. “Nós, europeus, temos realmente de tomar o nosso destino nas nossas próprias mãos – naturalmente em amizade com os Estados Unidos da América, em amizade com a Grã-Bretanha, ser bons vizinhos de quem quer que seja, também com a Rússia e outros países”.

No fundo, o apelo de Merkel não passava de wishfull thinking, uma vez que as elites europeias estavam devidamente sociabilizadas, “condenadas” a comportarem-se bem e de modo servil perante os desígnios da potência hegemónica.

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Muito obrigado senhor General, Agostinho Costa, por Estátua de Sal, 13/07/2024

Estes últimos dias têm sido um acrescido manancial de lavagem cerebral áqueles que seguem as notícias das televisões. O grande tema tem sido a cimeira da NATO e o apoio à Ucrânia, ambos acompanhados de um rufar de tambores de guerra, de forma a preparar os espíritos para os ímpetos belicistas que os EUA tentam impor aos vassalos, para que continuem a evitar o desmoronamento do Império.

Contudo, a realidade tem muita força e, quando ela nos denega os propósitos resta-nos o teatro e a propaganda como forma de a substituir por uma ficção conveniente. Com o Ocidente cada vez mais isolado no concerto das nações, a NATO surge como uma relíquia da guerra fria, uma lança de ataque da política externa dos EUA e da sua vocação imperial e colonizadora.

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CEGUEIRA E RESSENTIMENTO, Viriato Soromenho Marques – DN, 13-7-2024

Uma breve declaração inicial de Biden, deu o mote à Cimeira da NATO. O Ocidente promete acelerar numa irrestrita corrida bélica, contra a Rússia e a China. As intervenções seguintes exaltaram, numa euforia febril, os biliões gastos e a gastar na “Defesa”.

Biden tropeçou nas palavras, quando quis sair do texto que lhe haviam dado. Há meses, ou anos, que uma indústria poderosa de “mentira organizada” (uso uma expressão de Hannah Arendt), ao serviço de quem manda nos EUA, ocultou do povo americano e do mundo que o presidente declinava rapidamente nas suas faculdades mentais, mantendo, contudo, intacta a primitiva pulsão de poder.

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