Índia oferece um milhão para decifrar escrita, in jornal “O Observador”, 01-03-2025

Um prémio próximo de um milhão de euros para quem conseguir decifrar a escrita da civilização do Vale do rio Indo, que habitou uma área que corresponde atualmente ao noroeste da Índia e ao sul do Paquistão durante a Idade do Bronze. Foi esse o desafio lançado no estado indiano de Tamil Nadu.

“Para incentivar a investigação, o Governo vai oferecer um milhão de dólares”, anunciou o governador do estado, MK Stalin, nas cerimónias do centenário da descoberta desta civilização, em janeiro deste ano.

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OPINIÃO | Não há plano B para Zelensky sem Trump, por Leonídio Paulo Ferreira, in Diário de Notícias, 01-03-2025

É um erro interpretar o que se passou sexta-feira na Casa Branca em simples termos de admiração pela resistência de Volodymyr Zelensky e de indignação pela aversão de Donald Trump ao protocolo diplomático. E se para o presidente ucraniano é reconfortante o apoio de líderes como o britânico Keir Starmer, que entretanto já o recebeu no nº 10 de Downing Street, assim como a solidariedade da maioria dos ucranianos, a prioridade tem de ser manter a relação estratégica com os EUA. 

As mãos na cabeça da embaixadora ucraniana em Washington, Oksana Markarova, à medida que a conversa de Zelensky com Trump e também o vice-presidente JD Vance se transformava num bizarro espetáculo televisivo, não tinha apenas que ver com a quebra do protocolo diplomático, mas também com o desafio de salvar o que pode ser salvo. Por muito que os países europeus, seja o Reino Unido sejam os grandes da UE, proclamem que estarão até ao fim com a defesa da soberania e da integridade territorial ucraniana, não é imaginável um plano B para a Ucrânia que não continue a incluir os EUA.

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“A liberdade”, in Dom Quixote de La Mancha, Miguel de Cervantes

“A liberdade, Sancho, é um dos dons mais preciosos que os céus deram aos homens; com ela não podem igualar-se os tesouros que encerram a terra e o mar: pela liberdade assim como pela honra, pode e deve aventurar-se a vida.”

Dom Quixote de La Mancha

Miguel de Cervantes

Grande Angular – O debate está na praça pública, por António Barreto in “Sorumbático”

Bem ou mal, bem e mal, a questão da imigração está no centro dos debates políticos que vão dominar as próximas eleições, das autárquicas e legislativas, às europeias e presidenciais. Assim como ocupar discussões parlamentares e académicas. Não há por onde fugir e ainda bem. Vão aos poucos desaparecer os que insistem em que “não há problema”, que “é só racismo”, que não passa de uma “moda nacionalista”. Vão-se encolhendo os que garantem que as soluções são simples, tal como “fechar as portas aos imigrantes” ou “abrir as portas aos que querem para cá vir”. Nunca se calarão, mas falarão mais baixo, os que asseguram que os nacionais são virtuosos e os estrangeiros pulhas. Já se percebeu que não faz sentido garantir que os imigrantes sejam todos iguais, legais ou ilegais, estrangeiros ou naturalizados, de primeira ou segunda geração, respeitadores da lei ou criminosos, de cultura e tradição próximas ou absolutamente alheias e distantes das portuguesas. É bom que assim seja. Que se diga tudo. Que haja divergências e acordos. Que se consiga melhorar a legislação e a vida no espaço público. 

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Contra a corrente (11): “Canhões” em vez de “manteiga”, por Vital Moreira

1. Vai por aí, em toda a Europa, uma onda a favor do aumento substancial da despesa militar, que começou por fixar o objetivo de 2% do PIB, mas que agora já vai em mais de 3%, o que em vários países significaria mais do duplicar o seu atual nível, como seria o caso de Portugal, passando de 3 000 milhões, por ano, para 6 400 milhões de euros

Capitaneada pelo Secretário-geral da Nato, esta onda é vigorosamente instigada pelos países do Leste europeu e acompanhada pelos líderes da UE e do Reino Unido, especialmente depois de Trump ter anunciado o abandono pelos EUA do seu papel de escudo da defesa da Europa ocidental, que assumira, no quadro da Nato, desde o início da “guerra fria” entre o ocidente e a então União Soviética.

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CLIMAS E PAISAGENS (1), por A. M. Galopim de Carvalho

As diferentes paisagens da Terra, em qualquer momento da sua história, foram e são, em grande parte, reflexo das características meteorológicas aí prevalecentes. Esta afirmação é evidente para a generalidade dos cidadãos que, embora nunca tenham formulado esta conjectura, têm-na por adquirida. Sem saírem deste nosso rectângulo, no ocidente da Europa, todos relacionam os campos verdejantes do Minho com a maior pluviosidade anual ali verificada (2000 a 2400 mm) e as terras de sequeiro do sudeste alentejano com os menores valores dessa mesma precipitação atmosférica (600 mm). 

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