Chega: sexo, mentiras e Deus, (Paulo Pena, in Público, e Estátua de Sal, 28/09/2025)

A mobilização da extrema-direita nos EUA, no Brasil e em Portugal é enigmática. Dois filmes e o livro Por Dentro do Chega revelam como a religião e as redes sociais são aproveitados.

Numa pequena cidade dos EUA, um contabilista obeso morreu subitamente no seu cubículo de trabalho. No seu funeral estavam apenas a mulher e os filhos, que mal o conheciam. O homem vivia em frente ao computador e falava pouco. Nessa mesma noite, longe da família enlutada, houve outro funeral. “Ajax”, a personagem que o contabilista protagonizava num jogo de computador, foi homenageada por milhares de pessoas, no mundo inteiro, que nunca viram o contabilista solitário, não sabiam quem era ou onde morava. Esse funeral foi épico, com amigos, aliados, inimigos e adversários, que celebravam os feitos heróicos de Ajax naquele jogo. Afinal, qual era a “vida” realmente importante do homem que morreu? Na realidade ou no jogo?

Esta história é contada por Steve Bannon, o antigo conselheiro de Donald Trump, que dirigiu a sua campanha vitoriosa em 2016, no filme American Dharma, de Errol Morris (2018). Bannon argumenta que o “destino” (dharma) da vida de milhões de pessoas está vazio — e pronto a ser preenchido por quem o saiba compreender.

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Marques Mendes elogia postura de Carneiro que abre porta a Governo de quatro anos, in “Público”, 26 Maio 2025

Marques Mendes elogia postura de Carneiro que abre porta a Governo de quatro anos.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes elogiou esta segunda-feira a postura de José Luís Carneiro, que manifestou abertura a entendimentos com a AD, salientando que isso pode permitir que haja um “Governo de legislatura” e que se façam reformas.

Em declarações aos jornalistas antes de um almoço com empresários num hotel na baixa de Lisboa, Marques Mendes elogiou as declarações do candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, que este sábado se comprometeu com uma “solução de unidade na diversidade” com a AD e garantiu que “tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país”.

LER AQUI: https://www.publico.pt/2025/05/26/politica/noticia/marques-mendes-elogia-postura-carneiro-abre-porta-governo-quatro-anos-2134366


Grande Angular – Central, moderado, responsável, em coligação. Por António Barreto, 22-03-2025, in Público

As atribuladas experiências dos governos provisórios, seis ao todo, de 1974 a 1976, não foram propriamente governos de aliança, coligação ou bloco central. Tratava-se bem mais de governos de salvação nacional, sob controlo do MFA (Movimento das Forças Armadas). Cometeram erros medonhos e deixaram-se, parte do seu tempo, dominar pelos comunistas e pelos militares revolucionários, mas salvaram a hipótese de democracia. Dentro dos próprios governos, partidos e militares combatiam-se mortalmente. Os militares do MFA mais moderados, em estreita associação com os socialistas, principalmente, mas também os sociais democratas, conseguiram dar conta do recado e preservar a democracia, o futuro Estado de direito e as liberdades.

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