SPINOZA, VERTIGEM DA IMANÊNCIA, por Marcos Bazmandegan

Spinoza, no dizer de Deleuze & Guattari, foi o príncipe dos filósofos, aquele que soube plenamente movimentar-se, a uma velocidade incrível (veja-se a Parte V da Ética) – velocidade do terceiro género do conhecimento -, num plano de total imanência, sem qualquer compromisso com a transcendência.

Eles chamam a essa velocidade de música, tornado, vento e cordas. Spinoza “encontrou a única liberdade na imanência”. E, por isso, para eles, Spinoza cumpriu a Filosofia.

A Filosofia inaugura-se e desenvolve-se somente nestes planos de imanência. A substância e os modos spinozistas situam-se num plano assim.

Ilusão de transcendência, que precede todas as outras ilusões, ilusão das ilusões, que instaura e legitima déspotas, deuses, verticalidades e imperialismos.

Ode à imanência, ode a Spinoza, eis que concluem:

“Spinoza é a vertigem da imanência, aquela a que tantos filósofos, em vão, tentaram escapar.”