Os 10 melhores livros, de ficção e poesia, da história da literatura brasileira

Em comemoração ao Dia Nacional do Escritor, celebrado em 25 de julho, perguntamos a colaboradores, leitores e seguidores do Twitter e Facebook — escritores, jornalistas, professores de literatura —, quais são os melhores livros — de ficção e poesia — da história da literatura brasileira. Discutível como qualquer lista de melhores, esta também não pretende ser abrangente e reflete apenas a opinião dos participantes da enquete. Abaixo, em ordem classificatória, a lista com os 10 livros que obtiveram o maior número de citações.

Memórias Póstumas de Brás Cubas | Machado de Assis

O mais importante romance brasileiro de todos os tempos. Moderno avant la lettre, revolucionário na forma fragmentária, no tempo narrativo não- linear, no estilo realista-irônico, é ao mesmo tempo um dos mais agudos retratos das elites brasileiras – além de repositório de algumas das passagens mais famosas da literatura em língua portuguesa. Fixação do texto e notas por Marcelo Módolo (professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da USP). Prefácio de Abel Barros Baptista (doutor em estudos portugueses pela Universidade Nova de Lisboa; professor do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa). Prólogo da 4ª. edição por Machado de Assis.

1

Grande Sertão: Veredas | Guimarães Rosa

Este é o único romance do escritor mineiro João Guimarães Rosa. Aqui ele utiliza o idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo numa extensa e perturbadora narrativa. Conheça as lembranças desse jagunço em suas desventuras no espaço mítico dos campos gerais e seu impossível amor por Diadorim.

2

 

Macunaíma | Mário de Andrade

Macunaíma é o herói sem caráter, símbolo de um povo que não descobriu sua identidade. Uma releitura do folclore, das lendas e mitos do Brasil, escrita numa linguagem popular e oral, tida por seu autor como a verdadeira língua do país.

3

Dom Casmurro | Machado de Assis

Um dos mais famosos romances brasileiros de todos os tempos, tem como protagonista o mais-que-famoso par central Bentinho e Capitu – além de conter o caso narrativo mais discutido de nossa literatura, a traição (ou não) de Capitu. E como outras obras de Machado da última fase, também apresenta um retrato penetrante de aspectos definidores de nossas elites. Fixação do texto e notas por Manoel Mourivaldo Santiago Almeida (professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da USP; sócio correspondente da Academia Brasileira de Filologia). Prefácio de John Gledson (mestre em estudos hispânicos pela Universidade St. Andrews; doutor em literatura comparada pela Universidade de Princeton).

4

A Rosa do Povo | Carlos Drummond de Andrade

Falando da guerra e dos afetos, do passado familiar e da experiência de viver no Rio de Janeiro, além de especular sobre o lirismo em tempos sombrios, este livro estabeleceu definitivamente a figura do poeta mineiro no panorama da melhor poesia de língua portuguesa no século XX. Publicado em 1945, “A rosa do povo” é o livro politicamente mais explícito de Drummond. É um poderoso olhar sobre a Segunda Guerra, a cisão ideológica, a vida nas cidades, o amor e a morte.
Tudo isso é observado a partir daquela que então era a capital do país. O Rio de Janeiro, nossa primeira grande cidade cosmopolita, ocupa uma posição privilegiada nos poemas, a ponto de muitos críticos compararem a visão de cidade expressa pelo autor mineiro àquela de Charles Baudelaire (1821- 1867), o poeta francês que foi o primeiro grande cantor da experiência urbana. Pois é escrevendo a partir desse Rio de Janeiro que se urbanizava freneticamente, dando as costas ao passado, que Drummond fala da guerra e de seus desdobramentos no continente europeu e presta seu tributo aos milhões de civis que pereceram no conflito, além de refletir sobre a própria possibilidade de expressar todos esses acontecimentos em verso. Formalmente falando, A rosa do povo é um livro que pertence ao alto modernismo, em que Drummond experimenta o verso espraiado à maneira de Walt Whitman, ironiza o passado literário brasileiro e exercita as mais diversas formas e dicções nos cinquenta e cinco poemas reunidos no volume. Com sua beleza e profundidade, A rosa do povo traz um Drummond de vasto escopo temático. A personalidade do poeta, a família, o cotidiano e a História comparecem com inaudita força neste livro. Trata-se de um testemunho de suas ideias e afetos num momento da vida em que experimentava a maturidade e já começava a olhar para o passado enquanto captava, como poucos autores, os sinais confusos de seu próprio tempo.

5

Vidas Secas | Graciliano Ramos

Além de ser o mais humano e comovente dos livros de ficção de Graciliano Ramos, “Vida Secas” é o que contém maior sentimento da terra nordestina. Esta nova edição teve como base a 2ª edição do romance, com as últimas correções feitas por Graciliano Ramos.

6

Poema Sujo | Ferreira Gullar

“Poema Sujo” nasceu num momento difícil da história do país e em circunstâncias dramáticas da vida de Ferreira Gullar, um dos maiores poetas brasileiros, então no exílio. Por sua força e pelo que representa para todos nós, esteve cada vez mais presente e se tornou o mais conhecido e estudado poema de Gullar.

7

Eu | Augusto dos Anjos

Edição comemorativa ao centenário de publicação, de Augusto dos Anjos, totalmente revista e com projeto gráfico inovador. O poeta é considerado um precursor do modernismo. Sua obra é singular e eclética em termo de tendências: recebe influências do parnasianismo, do decadentismo e do simbolismo. Entre as principais características temos o uso da
linguagem científica e de temas ligados à materialidade da morte, como a putrefação, a decomposição da matéria.
A melancolia, a desesperança e o pessimismo próprios do existencialismo também marcam a obra do autor, que produziu uma poesia de negação.

8

O Tempo e o Vento |Erico Verissimo

Mesclando história e ficção de forma magistral, em “O Continente” o autor traça um vivo retrato do início da história do Rio Grande do Sul. Este é o primeiro volume da trilogia O Tempo e o Vento, a mais famosa saga da literatura brasileira.

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A Educação Pela Pedra | João Cabral de Melo Neto

A educação pela pedra é mais um livro integrante do projeto de relançamento das obras de João Cabral de Melo Neto pelo selo Alfaguara. Nesta coletânea de poesias, Cabral atinge a sua maturidade estética. Os poemas se encaixam em uma estrutura pré-estabelecida, seguindo o conhecido e rígido estruturalismo de João Cabral, mas sempre com a capacidade de emocionar o leitor.
Este relançamento é composto de quatro livros escritos pelo autor no período entre 1960/66. São eles: Quaderna, Dois Parlamentos e Serial, de 1960 e 61, além de A educação pela pedra, de 1966, vencedor de vários prêmios, entre eles o Prêmio Jabuti.
Os três primeiros livros retomam temas caros ao autor, como sua vida em Pernambuco, com os engenhos, os rios e o mar. E também descrevem sua passagem marcante pela Espanha, especificamente sua vida em Sevilha.
Em A educação pela pedra, livro que dá nome a esta nova edição, João Cabral alcança figuras marcantes da história da poesia brasileira, com força e beleza que não se acanham diante de seus planos arquitetônicos de construção poética.

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http://www.revistabula.com/651-os-10-melhores-livros-de-ficcao-e-poesia-da-historia-da-literatura-brasileira/ … (FONTE)

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