Casas Pardas | Maria Velho da Costa

Maria_Velho_CostaCasas Pardas cartografa Lisboa no final dos anos sessenta, em plena agonia do regime salazarista: crise política e social, rumores das guerras coloniais e dos tumultos estudantis. O Portugal pardacento à espera do terramoto que virá em 1974, enquanto se escreve o caos afetivo em comunidade, por dentro das casas do amor e desamor de Elisa, Mary, Elvira e companhia. Mas Casas Pardas é acima de tudo a casa da língua portuguesa e dos seus vários linguajares, aqui em jubiloso processo de miscigenação com outras falas do mundo, através do grande virtuosismo da escrita de Maria Velho da Costa.
Deste romance fala-nos também Mário de Carvalho: «Casas Pardas é um maravilhoso torvelinho de linguagens, uma evocação concreta e exata de comportamentos sociais de várias classes no final do fascismo, uma revisitação dos lugares da literatura e da poesia (também nas suas vertentes populares), uma polifonia de falas genialmente captadas, uma subversão endiabrada dos processos narrativos e uma prática de jogos de linguagem que lembram o barroco, mas também os grandes efabuladores do século XVIII, como Fielding ou Sterne. A ironia e a réplica acerada pairam em todo o romance, repartido em várias “casas”, pluralidade de focos que centram uma escrita em que passado e presente, a concretude do quotidiano mais trivial, mas também a citação literária de vários graus, ou mesmo a toada infantil, a reflexão às vezes iluminada, de envolto com o paradoxo e a paródia, nos desafiam página a página.»
Casas Pardas esteve recentemente em cena no Teatro Nacional de São João, no Porto, com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas.

Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa. Foi leitora do King’s College em Londres, presidente da Associação Portuguesa de Escritores e adida cultural em Cabo Verde. Ficcionista, ensaísta e dramaturga é co-autora com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta de Novas Cartas Portuguesas. A sua escrita
situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60 e, como afirmou Eduardo Lourenço, é «de um virtuosismo sem exemplo entre nós».

Bares de Leitura

13957-v1-338x338Publishers, booksellers, and other booklovers have all mixed books with adult beverages at one time or another. One Twin Cities entrepreneur, however, has brewed a potent concoction with the tagline, “Reinventing the Book Club – as a Show,” that’s creating a sustained buzz. Books & Bars, which entered its 10th year this month, is a monthly public book club during which anywhere between 12-200+ participants — 60%-65% female/35%-40% male (depending upon the book being discussed), many of them in that elusive 20-40-year-old age range — eat, drink, and talk about books for 90 minutes while moderator, Jeff Kamin, 42, who performed improv comedy in Los Angeles clubs for four years before moving to Minnesota in 2001, both leads the discussion and entertains the crowd. It’s a heady mixture of intelligent conversation, juicy author and book gossip, and clever witticisms.

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