Curtas & Eventos | Presidente da República

Sobre os Professores e Habitação de Preços Acessíveis (HPA)

  1. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que continua a haver “espaço para diálogo” entre os professores e o Governo, numa altura em que estão anunciadas greves para o arranque do próximo ano letivo.

2. Presidente espera que Bruxelas dê atenção a carta de Costa sobre habitação.

“Penso que quando o primeiro-ministro manda a carta é porque tem a sensação de que a comissão está disponível para estudar o problema, se não não a mandava”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas durante uma visita à Vindouro, em São João da Pesqueira.

No seu entender, se for assim, pode ser uma boa notícia para Portugal e para outros países europeus, que é a Comissão Europeia perceber que a evolução da inflação e a evolução da economia pode obrigar àquilo que acontece na vida das pessoas, que é mudar um bocadinho a orientação adotada.

Retirado do Jornal Expresso | 02-09-2023

https://dasculturas.com/category/hpa-habitacao-de-precos-acessiveis/

O trauma da morada | Miguel Esteves Cardoso | in O Ponney

Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide.

Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha

um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu.

Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!

Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide.

Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.

Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alfornelos, Murtosa, Angeja… ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola.

Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (…)

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Bruxelas quis mais tempo para avaliar reprogramação do PRR. Governo concordou

A Comissão Europeia acordou com Portugal a prorrogação do prazo para avaliação do Plano de Recuperação e Resiliência revisto, que deveria ter terminado no final de julho, para “continuar as discussões”, esperando-se uma decisão nas próximas semanas.

“De comum acordo com as autoridades portuguesas, o período de avaliação do plano revisto e do capítulo [do programa energético europeu] REPowerEU apresentado por Portugal foi alargado para permitir a continuação das discussões”, indicou fonte oficial do executivo comunitário numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

O anúncio surge um dia depois de o Governo português ter indicado que não iria pedir à Comissão Europeia mais empréstimos para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cuja dotação máxima deverá assim ficar fechada nos 22,2 mil milhões de euros.

Hoje mesmo, a instituição confirmou que, após o final do prazo que terminou na quinta-feira, Portugal não recorreu a mais pedidos de empréstimos além dos 2,7 mil milhões de euros iniciais e dos 3,2 mil milhões de euros do plano revisto, num total de 5,9 mil milhões.

No final de maio passado, Portugal submeteu à Comissão Europeia a sua proposta de reprogramação do seu PRR, cuja dotação ascende agora os 22,2 mil milhões de euros.

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A castidade com que abria as coxas | Carlos Drummond de Andrade

A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estreita, como se alargava.

Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres

em mim ressuscitados.

Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.

Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.

Carlos Drummond de Andrade, in ‘O Amor Natural’

Vaclav Klaus defende que a guerra na Ucrânia resulta das divisões entre Ocidente e Rússia | in Lusa, Henrique Botequilha

Cascais, Lisboa, 02 set 2023 (Lusa) – O ex-presidente checo Vaclav Klaus defende que a guerra na Ucrânia resulta das divisões entre Ocidente e Rússia, que levaram o líder do Kremlin, Vladimir Putin, a cometer um “erro trágico” com consequências para “anos e anos”.

Em entrevista à Lusa, o antigo político checo sustentou que o conflito não começou em 2022 com a invasão russa, mas remonta a acontecimentos anteriores e a “um confronto entre o Ocidente e a Rússia” de que a Ucrânia é vítima e um instrumento e “provavelmente não o merecia”.

“É uma pena que o Ocidente tenha escolhido a Ucrânia como o lugar para demonstrar a divisão com a Rússia, para demonstrar os seus ​​​​​​​pontos fortes”, afirmou Klaus, à margem das Conferências do Estoril, organizadas pela Nova SBE em Carcavelos (Cascais), onde foi orador.

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