A AMEAÇA NUCLEAR ESTÁ DE VOLTA | OPINIÃO/ DN | Mohamed El Baradei

A recente batalha entre tropas russas e forças da defesa civil ucranianas dentro dos limites da central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, revelou o quão perto o mundo está agora de um pesadelo horrível: um derramamento maciço de radiação.

Zaporizhzhia, a maior instalação nuclear da Europa, abriga seis reatores nucleares e qualquer um deles poderia ter sido comprometido pelos incêndios iniciados durante o bombardeamento russo da instalação e os combates na central. O facto de as chamas se terem extinguido rapidamente é uma prova do profissionalismo e da bravura dos trabalhadores da central. Mas agora, com a interferência de oficiais russos no funcionamento da central, os reatores de Zaporizhzhia continuam em risco.

O mundo teve sorte, como aconteceu com a igualmente perigosa incursão das tropas russas na central fechada de Chernobyl durante os primeiros dias da invasão. No entanto, ainda há mais meia dúzia de reatores nucleares espalhados pela Ucrânia, o que significa que o pior cenário continua a ser uma possibilidade real. A libertação de material radioativo pode tornar inabitáveis ​​centros populacionais inteiros, ameaçando centenas de milhares de pessoas – e não apenas nas imediações.

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Estamos a caminho da autodestruição | Mohamed El Baradei in “Notícias ao Minuto”

O diplomata egípcio Mohamed El Baradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), alertou hoje para o facto de, com o tipo de armamento que existe, mais tarde ou mais cedo, o mundo vai “autodestruir-se”.

Mais tarde ou mais cedo, intencionalmente, por engano ou acidentalmente, vamos autodestruirmo-nos”, afirmou à agência Lusa, em Cascais, arredores de Lisboa, o Prémio Nobel da Paz de 2005, em conjunto com a AIEA, e antigo vice-presidente do Egito (2013), que participa nos trabalhos da Horasis Global Meeting.

À Lusa, El Baradei saudou o acordo entre as duas Coreias e criticou implicitamente as declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, sobre o Irão — disse ter provas de que Teerão nunca abandonou o programa nuclear -, salientando que, se há novas informações, devem ser partilhadas, antes de anunciadas publicamente, com a entidade fiscalizadora, precisamente a AIEA.

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