Para quem gosta de se manter bem informado | Uma boa aposta do Paulo Querido | CERTAMENTE

Hoje o Bloco dominou o noticiário com duas pressões: à direita e ao Governo. Amanhã o partido tem a sua Convenção, é provável que continue a atrair a atenção dos media. Oxalá. Para variar do enjoo de Ventura.

Grande cobertura mediática da coordenadora do Bloco de Esquerda hoje! Não é por acaso: vai correr este fim de semana a XII Convenção Nacional do partido. Mas é uma raridade: BE Catarina Martins dominaram a atenção dos media com 19 e 18 citações cada, com o PS na terceira posição com 15 e António Costa com 12 no quarto lugar (o PM é o primeiro desta lista 80% do tempo). Isto num dia em que as atenções deveriam estar centradas nos apoios do Estado ao turismo e aos setores mais afetados pela pandemia.

Patente no print-screen tirado à recolha do meu assistente Cecil, a ofensiva do Bloco (envolveu mais do que a sua coordenadora) consistiu em dois pontos:

  • pressão sobre a direita, com Catarina Martins a gritar para Rui Rio o que o país grita para o PSD, there’s nothing there in the ultra right wing, come on
  • sacudir o PS/Governo em matéria de Orçamento de Estado e políticas de futuro, posicionando-se desde já o Bloco como eventual parceiro.
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O equilíbrio político no Médio Oriente parece estar a mudar | Francisco Seixas da Costa in Jornal de Negócios

Não me refiro à recente eclosão de mais um tempo de incidentes de guerra entre Israel e a liderança militar que o Hamas tem na Faixa de Gaza – o que só uma visão ideologicamente distorcida ou ignorante pode confundir com a questão israelo-palestina em geral. Esse é um tema diferente daquilo que hoje aqui trago.

Foi a Guerra Fria que levou os Estados Unidos para o Médio Oriente, como forma de tentar evitar a influência da União Soviética, atento o crescente declínio regional dos dois aliados europeus – o Reino Unido e a França – naquele cenário estratégico, que teria a sua expressão evidente na humilhação de ambos no Suez.

Ao contrário do que décadas mais recentes podem fazer crer, na proteção internacional do Estado de Israel, a França começou por ser muito mais relevante do que os Estados Unidos. Não ouso datar o início do envolvimento mais intenso dos EUA na proteção de Israel, mas a “guerra dos seis dias” e, em especial, a “guerra do Yon Kippur” marcaram um tempo decisivo na fixação da influência do lóbi judaico junto das administrações em Washington, inicialmente mais no lado democrático, posteriormente abrangendo também as alas republicanas.

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