Golfinhos | Enzo Maiorca, mergulhador italiano

O famoso mergulhador italiano, Enzo Maiorca,  nadava nas águas quentes do mar de Siracusa e conversava com sua filha Rossana que ficara no barco.

Pronto para submergir, sentiu algo bater ligeiramente nas costas. Virou-se e viu um golfinho. Percebeu então que ele não queria brincar, mas expressar alguma coisa.

O animal mergulhou e Enzo o seguiu.

A cerca de 12 metros de profundidade, preso em uma rede abandonada, havia outro golfinho.

Maiorca rapidamente pediu à filha que apanhasse suas facas de mergulho. Em poucos minutos os dois conseguiram libertar o golfinho que, no limite das forças conseguiu emergir, emitindo um “grito quase humano” (assim descreveu Maiorca).

Um golfinho pode resistir debaixo d’água até 10 minutos, depois afoga-se.

O golfinho liberto, ainda atordoado, foi controlado por Enzo, Rossana e o outro golfinho. Depois veio a surpresa: Era uma delfina, que logo deu à luz um filhote.

O macho circulou-os e, parando à frente de Enzo, lhe tocou na bochecha (como se fosse um beijo), num gesto de gratidão… e se afastaram.

Enzo Maiorca terminou sua intervenção dizendo: “até que o homem aprenda a respeitar e a dialogar com o mundo animal, nunca poderá conhecer o seu verdadeiro papel nesta Terra.”

Retirado do Facebook | Mural de José Silva Pinto

Quando os senhores são genocidas | Francisco Louçã | in Jornal Expresso

O que aqui havia de novo não era a destruição, a escravatura ou sequer a desumanização das vítimas, era simplesmente a aceleração da ganância.

Há um triângulo entre o filme Apocalypse Now (1979), de Francis Coppola, o livro em que se inspira, O Coração das Trevas (1902), de Joseph Conrad, e outro que volta ao mesmo cenário de barbárie, O Sonho do Celta (2010), de Vargas Llosa, que conta a história da história. Coppola filmou a expedição que sobe o rio vietnamita para matar Kurz, um oficial escondido na selva; Conrad, a partir da sua própria experiência como capitão de navio de transporte de marfim no Rio Congo, tinha contado a busca por Kurz, um dos responsáveis pela empresa exploradora e que se perdera algures a montante. Ao entrar “na boca do grande rio”, o capitão Charles Marlow abandona a comodidade das aparências, em que se vive sem remorso a riqueza colonial. “Antes do Congo eu era só um animal”, diz o escritor, que depois descobriu a imensidão do território do horror (o seu livro foi décadas depois criticado por despersonalizar a população africana, a vítima que fica silenciosa). Não há guerra, não há deus, não há humanidade nessa selva, só há crueldade sem limite. A industrialização da morte foi um êxito da modernidade, quando os cavalheiros enriqueceram sobre pilhas de escravos.

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