Com a esperança certa, um Ano Novo melhor, por João Oliveira, 28-12-2024, in DN

Quero despedir-me do ano velho e apontar a perspectiva de um Ano Novo melhor. Mas quero fazê-lo com o sentido real da esperança que brota das circunstâncias em que transformamos a realidade que vivemos.

Escolho despedir-me de 2024 e encarar 2025 com a referência do 50.º aniversário da revolução do 25 de Abril e com a experiência das suas profundas transformações sociais, económicas, culturais e políticas.

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Agrupamentos de Links, problemas solucionados

Informamos que os problemas surgidos no princípio do mês se encontram solucionados.

Conforme informámos, a longevidade do blogue Das Culturas (Dezembro de 2012 – Dezembro de 2024) e respectiva sobrecarga de conteúdos, levou ao aparecimento de algumas anomalias nos três agrupamentos de Links da coluna da esquerda. Aproveitámos para criar um novo agrupamento, a que demos o seguinte nome:

0 – A VISITA DIÁRIA, com 13 URLs selecionados pelo Administrador.

Vítor Coelho da Silva, 27-12-2024

Economia de guerra? Quem lucra e quem perde?, por Carlos Matos Gomes, 26-12-2024

Economia de guerra. A partir do momento em que os políticos europeus e americanos deixaram de poder vender aos seus cidadãos a promessa de vitória sobre a Rússia na guerra da Ucrânia, o seu discurso passou a focar-se nas vantagens económicas da guerra. O governo português alinhou pelo discurso comum, um Âmen que também é comum.

A alteração do discurso da vitória, agora com o foco nas vantagens e oportunidades da guerra, deve-se à já indisfarçável crise da economia europeia. A dos Estados Unidos é outra história.

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Burocracia encrava construção modular de habitação, in Expresso, 26-12-2024

IHRU reconhece necessidade de industrializar a construção em Portugal

A construção modular e industrializada é considerada pelos profissionais do mercado como uma solução para resolver de forma rápida a falta de oferta residencial, sobretudo na componente de habitação a custos controlados. Além da rapidez na construção, esta solução apresenta custos reduzidos, e em Portugal já há vários exemplos de hotéis e residências universitárias concluídos e um conjunto de empresas e promotores especializados nesta construção.

Para ler este artigo na íntegra clique aqui

Jesus, figura determinante, por Anselmo Borges, 22-12-2024, in DN

Numa troca célebre de cartas entre o cardeal Carlo Martini, arcebispo de Milão, aquele que afirmou que a Igreja anda atrasada pelo menos 200 anos, e o agnóstico Umberto Eco, publicadas com o título “Em que crê quem não crê”, este escreveu: Mesmo que Cristo fosse apenas o tema de um grande conto, “o facto de esse conto ter podido ser imaginado e querido por bípedes implumes, que só sabem que não sabem, seria miraculoso (miraculosamente misterioso)”. O Homem teve, a dada altura, “a força religiosa, moral e poética, de conceber o modelo de Cristo, do amor universal, do perdão aos inimigos, da vida oferecida em holocausto pela salvação dos outros. Se fosse um viajante proveniente de galáxias longínquas e me encontrasse com uma espécie que soube propor-se este modelo, admiraria, subjugado, tanta energia teogónica, e julgaria esta espécie miserável e infame, que cometeu tantos horrores, redimida pelo simples facto de ter conseguido desejar e crer que tudo isto é a Verdade”.

Ouço falar no Natal pelo menos desde Agosto. Parece impossível, porque só se pensa em compras, esquecendo o essencial, que é o nascimento de Jesus. Não quereria ser tão pessimista, mas é possível que o famoso teólogo José I. González Faus tenha razão: “O que se celebra hoje no Ocidente a cada 25 de Dezembro é o nascimento do messias Consumo, filho único do deus Dinheiro. O que os cristãos celebramos no Natal é o nascimento de um Messias ‘pobre e humilde’, filho único do Deus Amor. Ambos são absolutamente incompatíveis.”

Evidentemente, o Natal implica festa e alegria, o Natal é talvez a grande festa da família, mas não se pode esquecer o essencial, determinante. Seria uma perda incomensurável ignorar ou esquecer que o Natal está vinculado ao nascimento de Jesus. Ele representa, na História, a maior revolução, como reconheceram grandes pensadores como Hegel, Ernst Bloch, Jürgen Habermas… Foi através dele que soubemos da dignidade inviolável de cada pessoa. Jesus revelou que Deus é bom, Pai/ Mãe de todos os homens e mulheres e quer a alegria, a felicidade, a realização plena de todos como seus filhos e filhas, a começar pelos mais frágeis e abandonados. É aqui que assenta, em última análise, a fraternidade humana.

Jesus Cristo é figura “decisiva, determinante” da História da Humanidade. Quem o disse foi um dos grandes filósofos do século XX, Karl Jaspers. Hegel afirmou que foi pelo cristianismo que se tomou consciência de que todos são livres. Ernst Bloch, o ateu religioso, escreveu que é ao cristianismo que se deve que nenhum ser humano pode ser tratado como “gado”. Jürgen Habermas, o maior filósofo felizmente ainda vivo, da Escola Crítica de Frankfurt, agnóstico, afirma que a democracia, com “um homem, um voto”, é a transposição para a política da afirmação cristã de que Deus se relaciona pessoalmente com cada homem e cada mulher. Frederico Lourenço, o grande especialista em literatura clássica e bíblica, agnóstico, escreve: “Não tenho nenhum problema em afirmar que, pessoalmente, considero Jesus de Nazaré a figura mais admirável de toda a História da Humanidade.” Jesus foi “o homem mais extraordinário que alguma vez viveu.”

Mahatma Gandhi deixou estas palavras: Jesus “foi um dos maiores mestres da Humanidade. Não sei de ninguém que tenha feito mais pela Humanidade do que Jesus.” Mas acrescentou: “O problema está em vós, os cristãos, pois não viveis em conformidade com o que ensinais.”
Bom Natal!


Escreve de acordo com a antiga ortografia 

O Poema | Sophia de Mello Breyner Andresen

O poema me levará no tempo

Quando eu já não for eu

E passarei sozinha

Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá

Às searas

Sua passagem se confundirá

Com o rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará

O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes

Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas

Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará

Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas

De funda e devorada solidão

Alguém seu próprio ser confundirá

Com o poema no tempo

Yanis Varoufakis: DiEM25 had predicted Europe’s decline by 2025. Plus what we must do next, 23-12-2024

23/12/2024 | In this powerful New Year message, DiEM25 co-founder Yanis Varoufakis reflects on Europe’s precarious future as it approaches 2025—the year DiEM25 warned would determine whether the European Union would democratise or collapse.

Yanis Varoufakis critiques the EU’s failure to address the root causes of Europe’s crises, from enduring austerity and technological stagnation to the rise of xenophobia and fascism. He calls out the EU’s political elites for their obsession with military spending while ignoring urgent issues like the war in Ukraine and the genocide in Gaza.

Yanis Varoufakis ends by laying out a vision for a different Europe—one that prioritises peace, human rights, economic democracy, and a universal basic income. With democracy under threat and Europe facing a slide into a dystopian future (more so than our present), he urges everyone to join DiEM25 in demanding real change before it’s too late.

Traz Outro Amigo Também | Zeca Afonso

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Carmona

Amigo, maior que o pensamento

Por essa estrada amigo vem

Por essa estrada amigo vem

Não percas tempo que o vento

É meu amigo também

Não percas tempo que o vento

É meu amigo também

Em terras

Em todas as fronteiras

Seja bem-vindo quem vier por bem

Seja bem-vindo quem vier por bem

Se alguém houver que não queira

Trá-lo contigo também

Se alguém houver que não queira

Trá-lo contigo também

Aqueles, aqueles que ficaram

Em toda a parte, todo o mundo tem

Em toda a parte, todo o mundo tem

Em sonhos me visitaram

Traz outro amigo também

Em sonhos me visitaram

Traz outro amigo também

No labirinto do “governo invisível”, por Viriato Soromenho-Marques, 21-12-2024, in DN

O resto foi explicado por Hannah Arendt, num artigo de 1967, “Verdade e Política”: os interesses instalados criaram uma indústria de “mentira organizada”.

O turbilhão de acontecimentos que atinge a Europa é deliberadamente ilegível, tal a intensidade de narrativas fabricadas, encarniçadas contra a debilidade da verdade material. Querer substituir a dureza dos factos pelas opiniões convenientes, é receita certa para o desastre. Tentemos, pelo menos, entender o essencial.

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Mãos ao alto pelo Natal (parte de uma quadra inventada), por João Oliveira, 21-12-2024, in DN

Convencera o filho de que a vida seria melhor. Mudariam de país e deixariam tudo o que conheciam, mas teriam uma vida nova que lhes daria aquilo que, de outra forma, seria impossível ter.
Revelou-se mais difícil do que pensava. Trabalhava sem descanso e tentava enxertar no horário o tratamento da burocracia que ainda restava por resolver. Pensava no filho, nas promessas que lhe fizera e na alegria que lhe via agora nos olhos. Lá continuava a insistir em organizar a vida.

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Grandes Obras de Beethoven explicadas: La historia de su mejor música.

26/05/2024 | Sumérgete en el mundo de Ludwig van Beethoven, con este recorrido histórico por sus grandes obras. Descubre la apasionante historia de su mejor música, con todos los detalles de cada una de sus composiciones más conocidas e información basada en las últimas investigaciones.

00:00 Sonata Claro de Luna 05:12 Quinta Sinfonía, “Del Destino”, 1er. Movimiento 12:58 Novena Sinfonía, 2do. Movimiento 19:09 Novena Sinfonía. “Oda a la Alegria” 20:03 Bagatela “Para Elisa” 23:15 Tercera Sinfonía, “La Heroica”, 1er. Movimento 31:42 Gran Sonata Patética 36:09 Sexta Sinfonía, “Pastoral” – 5to. Movimiento

Estudo revela que Portugal tem uma das maiores crises habitacionais da Europa, in DN/LUSA, 16-12-2024

O estudo indica que Portugal “tem um dos menores parques de habitação pública e social da OCDE” e que este “não se expandiu na última década”, o que vem dificultar uma eventual capacidade de regulação do mercado e resposta à atual crise de habitação.

Portugal tem uma das maiores crises habitacionais da Europa, apresentando a pior relação entre rendimentos e preços da habitação desde que há dados, revelou um estudo esta segunda-feira divulgado, coordenado pelo economista português Guilherme Rodrigues, em funções no Reino Unido.

O estudo, publicado sob chancela da associação Causa Pública, acrescenta que o caso português “foi mesmo o que mais se deteriorou” em todos os 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e que, na última década, os preços de compra de habitação “mais do que duplicaram em Lisboa, Porto e Algarve”.

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NATAL

Retirado do Facebook | Mural de José Gabriel

Quando eu era garoto, não se falava no Pai Natal nem outras figuras da mitologia comercial do Natal – sim, eu sei da lenda do bondoso e generoso Nicolau de Mira, ou S. Nicolau, curiosamente padroeiro da Rússia, mas essa figura e seus méritos foi apagada da História pelo gorducho vestido pela Coca-Cola. Tudo andava em volta do Menino Jesus, da sua mitologia popular e do presépio que, lá em casa, era levado muito a sério, como obra de arte e engenharia, com uma estrutura de base em cortiça virgem, todos os competentes figurantes e mais alguns que a nossa imaginação criasse. A cena ia muito para lá da gruta de Belém e das figuras sagradas. Havia personagens – humanos e animais – de toda a espécie, eram representadas profissões, actividades mais próximas da nossa realidade popular que dos lugares longínquos onde teriam ocorrido os eventos essenciais do Natal. 

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‘O Mundo, Uma História da Humanidade’, Simon Sebag Montefiore. Por João Cândido da Silva, Coordenador do Expresso Online, 19-12-2024

O QUE EU ANDO A LER

O Mundo, Uma História da Humanidade’, Simon Sebag Montefiore. O carimbo mais utilizado para classificar este livro terá sido ‘monumental’. Faz sentido, não pelo facto de se tratar de um calhamaço com perto de 1.300 páginas na edição portuguesa, incluindo as referências bibliográficas e o índice remissivo, mas porque a quantidade de informação é torrencial e exige uma leitura pausada e concentrada, escassamente adequada ao passo apressado, curto e superficial, que caracteriza os tempos actuais.

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Marcelo fala num Governo em contrarrelógio e frisa que país precisa cooperação estratégica, in LUSA, 18-12-2024

Lisboa, 18 dez 2024 (Lusa) – O Presidente da República afirmou hoje que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte do Governo, na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa, a primeira com Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro.

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Amor, Miguel Torga, in ‘Libertação’

Retirado do Facebook | Mural de Maria José Diegues

A jovem deusa passa

Com véus discretos sobre a virgindade;

Olha e não olha, como a mocidade;

E um jovem deus pressente aquela graça.

Depois, a vide do desejo enlaça

Numa só volta a dupla divindade;

E os jovens deuses abrem-se à verdade,

Sedentos de beber na mesma taça.

É um vinho amargo que lhes cresta a boca;

Um condão vago que os desperta e toca

De humana e dolorosa consciência.

E abraçam-se de novo, já sem asas.

Homens apenas. Vivos como brasas,

A queimar o que resta da inocência.

“Frinéia”, Francesco Barzaghi (Italian; 1839 – 1892), Phryne (1868), in Mural “Literatura Marginal”, Facebook

A cidadã nascida Mnesarete, em Téspias, Beócia, depois conhecida, em Atenas e em toda Grécia como Frinéia, foi uma rica cortesã, muito conhecida em sua época, por volta do séc. IV.

Uma das mais belas mulheres, usou de tamanha inteligência seus talentos culturais e corporais ao ponto de oferecer-se para patrocinar a reconstrução dos muros de Tebas, com a condição de que escrevessem nos muros novos:

“Destruído por Alexandre e restaurado por Frinéia”. Obviamente não aceitaram …

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Agrupamentos de Links | Problemas

Pedimos desculpa aos nossos leitores pelos problemas recentemente surgidos. A longevidade do blogue Das Culturas (Dezembro de 2012 – Dezembro de 2024) e respectiva sobrecarga de conteúdos, levou ao aparecimento de algumas anomalias nos três agrupamentos de Links da coluna da esquerda. Estamos a trabalhar na sua resolução.

Vítor Coelho da Silva, 02-12-2024

A vacina contra o cancro será gratuita, assegura a Rússia

Retirado do Facebook | Mural de Tita Alvarez

A Rússia desenvolveu a sua própria vacina contra o cancro RNA, que será distribuída gratuitamente aos pacientes, comunicou à estatal Radio Rossiya o diretor-geral do Centro de Pesquisa Médica Radiológica do Ministério da Saúde russo, Andrei Kaprin.

A vacina foi desenvolvida em colaboração com vários centros de investigação e está prevista para ser comercializada no mercado geral no início de 2025.

Anteriormente, o diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, Alexander Gintsburg, disse à imprensa que os ensaios pré-clínicos da vacina tinham demonstrado que suprime o desenvolvimento de tumores e possíveis metástases.

An Antidote to Discontent | Shaping the Future Through Inclusive Capitalism, Lynn Forester de Rothschild, Founder and CEO.

COM TRADUÇÃO em PORTUGUÊS

I recently had the honor of delivering the term’s guest lecture at Cambridge University, where I enjoyed thought-provoking discussion with students, expertly moderated by my friend and Council for Inclusive Capitalism Advisor, Professor Roger W. Ferguson.  

As Dr. Ferguson, Dean Dissanaike and I discussed with students, Inclusive Capitalism serves as an antidote to the discontent many of us perceive or witness across business, government and society.  I believe if these emerging leaders embrace the principles that establish the virtuous circle of Inclusive Capitalism we have started, we will all benefit from a more inclusive system that embeds fairness into economic growth, business profit and investor value.

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Antonio Damasio: A busca para entender consciência

• 19/12/2011Toda manhã acordamos e recobramos a consciência — este é um fato maravilhoso — mas o que é, exatamente, que recobramos? O neurocientista Antonio Damasio usa esta simples pergunta para nos dar uma rápida visão de como nossos cérebros criam nossa percepção da própria pessoa.

“As pessoas estão nervosas”: há drones misteriosos nos céus dos EUA e ninguém sabe o que fazer, in CNN

Drones desconhecidos em Nova Jérsia (Brian Glenn/TMX/AP via CNN Newsource) / © CNN Portugal

Legisladores de todo o espetro político dos Estados Unidos criticaram este domingo a resposta do governo federal aos misteriosos avistamentos de drones no nordeste, enquanto as autoridades enfatizam que não há evidências de uma ameaça à segurança.

As críticas surgem um dia depois de as agências federais que lideram a resposta terem realizado uma conferência ode imprensa que deixou os repórteres e o público com mais perguntas do que respostas, uma vez que minimizaram, mas simultaneamente legitimaram, as preocupações com os drones relatados.

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Comunicado do Banco de Portugal sobre o Boletim Económico de dezembro de 2024, 13 dezembro 2024, in Banco de Portugal

A economia portuguesa cresce 1,7% este ano, 2,2% em 2025 e 2026, e 1,7% em 2027, mantendo a trajetória de convergência com a área do euro. A inflação reduz-se para 2,6% em 2024 e 2,1% em 2025. Estabiliza em 2% nos dois anos seguintes.

O maior crescimento da atividade está sustentado sobretudo na procura interna. O crescimento em 2024 é sustentado sobretudo pelo consumo privado. Em 2025 e 2026 reflete a melhoria das condições financeiras e a aceleração da procura externa, mas também a orientação expansionista e pró-cíclica da política orçamental. Em 2027, a desaceleração do PIB decorre, sobretudo, do impacto do fim da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). 

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OS NOSSOS COMUNISTAS, por Francisco Seixas da Costa, 15-12-2024

Leio que o PCP está em congresso e diverte-me a obsessão da nossa imprensa em procurar encontrar, no seio do evento, algo que abale o unanimismo a que os comunistas portugueses quase sempre fizeram jus. 

Tenho pelo partido alguns amigos e conhecidos, uns mais abertos do que outros a admitirem graças sobre a prática política dessa vetusta organização. Comentários esses que, gostem eles ou não, farei sempre que me apetecer, mesmo que isso já me tenha valido acusações públicas de ser anti-comunista. Coisa que não sou nem nunca serei. Tenho muito respeito pelo PCP, mas não uso de “respeitinho” ao analisar as suas ideias e a sua prática.

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Extrema-direita alemã questiona manutenção do país na NATO, in LUSA, 15-12-2024

História de Jorge Fonseca | Berlim, 15 dez 2024 (Lusa) – O co-líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, afirmou hoje que a Alemanha deve reconsiderar a sua manutenção na NATO se a aliança não defender os interesses dos países europeus, “incluindo os da Rússia”.

“A Europa tem sido forçada a implementar os interesses dos Estados Unidos. Rejeitamos isso”, afirmou Tino Chrupalla em declarações publicadas pelo diário alemão Welt.

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Marcelo critica messianismos e lembra luta de Soares por primeiro Presidente civil, in LUSA, 14-12-2024. História de Inês Escobar Lima

Lisboa, 14 dez 2024 (Lusa) – O Presidente da República criticou hoje os messianismos e a desvalorização dos partidos e do parlamento e lembrou a luta de Mário Soares pela legitimidade eleitoral que se estendeu até à eleição do primeiro Presidente civil.

Marcelo Rebelo de Sousa discursava na Academia das Ciências de Lisboa, na sessão de lançamento do livro “Mário Soares, 100 Anos”, com fotografias de Alfredo Cunha e Rui Ochoa e textos de Clara Ferreira Alves, que contou com a presença do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, na primeira fila.

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Entre vontade de viver e vã glória, por Viriato Soromenho Marques, in DN, 14-12-2024

Para quem contemple a vertigem bélica que percorre o mundo, com toda a sua pletórica e nua crueldade, milhares de milhões de vidas arriscam-se na tensão entre duas formas de vontade, identificadas desde a aurora da modernidade: a “vontade de conquistar” (Maquiavel) e a “vontade de viver” (Hobbes). As armas nucleares criaram um clube de países com um poder de destruição inédito na história. A partir do momento em que deixa de existir o monopólio dessa arma, esse poder deve ser obrigatoriamente acompanhado de maior responsabilidade, pois um confronto entre potências nucleares, levado aos limites, implicaria o absurdo de uma guerra só com derrotados: uma destruição mútua assegurada” (MAD) dos contendores, e possivelmente da maioria da espécie humana.

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THE BEATLES | primeiro show de Rock da história em um estádio, in UNIVERSO DOS BEATLES/fb

Em 15 de agosto de 1965, os Beatles realizavam o primeiro show de Rock da história em um estádio. 

O local escolhido foi o “Shea Stadium” (atualmente chamado Citi Field), em New York, e contou com aproximadamente 60.000 mil pessoas. 

Um recorde de público para a época. 

O apresentador Ed Sullivan apresentou a banda com as seguintes palavras: 

“Agora, senhoras e senhores, homenageados por seu país, condecorados por sua Rainha e amados aqui na América, aqui estão os Beatles!”

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When Putin Looked Into the Eyes of an American Journalist and Issued Warning to the West | CLRCUT | 09-12-2024

In an exclusive interview with Tucker Carlson in February 2024, Russian President Vladimir Putin delves into the roots of the Ukraine conflict, tracing its origins back to the Soviet Union. Putin argues that “Ukraine was Lenin’s creation” and claims NATO’s actions have escalated the situation into an unwinnable war for Kyiv.

This candid discussion touches on: The Soviet legacy and Ukraine’s formation | NATO’s alleged provocations and their role in the ongoing crisis | Putin’s perspective on Western involvement and its consequences | Tune in to hear Putin’s thoughts on the geopolitical tensions shaping Europe and the world. Don’t miss this rare conversation only on Tucker Carlson’s platform. | Share your thoughts in the comments below!

BANHOS ROMANOS, in Mural “Presente de Grego” | Facebook

As termas romanas eram recintos públicos destinados a banhos típicos da civilização romana.  

Nas antigas vilas romanas, os banhos eram chamados de balnea ou balneum.

Eram banhos públicos com salas reservadas para atividades ginásticas e recreativas. 

Eles também eram considerados locais de encontro e eram frequentados por pessoas que não tinham condições de ter um em sua casa, como plebeus ou escravos. 

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CONVITE | Sessão de discussão do Livro “Por Um Mundo Novo, a Sério – Uma Ideologia Progressista no seculo XXI, apoiada na Ciência e na Experiência dos Movimentos Sociais”. Dia 12 de dezembro 2024, Quinta-feira, pelas 18h, no Centro Nacional de Cultura (CNC).

Estimad@s Companheir@s,

Temos o prazer de vos convidar para a sessão de discussão do Livro “Por Um Mundo Novo, a Sério – Uma Ideologia Progressista no seculo XXI, apoiada na Ciencia e na Experiência dos Movimentos Sociais”, que vai ter lugar já no próximo dia 12 de dezembro 2024, Quinta-feira, pelas 18h, no Centro Nacional de Cultura (CNC), Lisboa (entrada ao lado do Cafe’ do Chiado).

Carlos Matos Gomes  

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Assista à conferência do oitavo aniversário do JE “Oito chaves para o Futuro”, Stream em direto. 09/10/2024, com António Horta-Osório

Da Inteligência Artificial à Habitação passando pelo Orçamento, Turismo e desafios da Lusofonia, a conferência que celebra o oitavo aniversário do JE vai proporcionar uma visão para o futuro do país no contexto europeu e mundial. Evento terá lugar na Nova SBE em Carcavelos

Soares e o novo rapto da Europa, por Viriato Soromenho-Marques, in DN, 08-12-2024

Imagino muitas vezes o que Mário Soares pensaria sobre este tempo que nos é dado viver, aparentemente contrário a toda a esperança. Um século depois do seu nascimento, reaprendemos como todas as vidas são incompletas, pois finita é a condição humana, mesmo quando o sonho é grandioso.

Tive oportunidade de testemunhar, o modo como o seu caráter se manteve intacto, apesar da metamorfose do mundo decorrer na direção oposta ao que ele, como socialista e estadista, sempre desejou. Soares possuía as três qualidades fundamentais que Max Weber identificava na vocação política: “paixão, sentido da responsabilidade e capacidade de avaliação”. Mas a dominante era a primeira, a paixão, essa força singular de, mesmo mergulhado em perigosa incerteza, soltar aquele “no entanto!”, começando logo a antecipar uma possibilidade de mudança positiva, em sinais, para os outros, quase invisíveis.

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Sergey Lavrov’s Explosive Interview with Tucker Carlson: US Relations, Ukraine, & Hypersonic Missile, 06-12-2024

Russian Foreign Minister Sergey Lavrov sits down with Tucker Carlson in an explosive interview, discussing U.S.-Russia relations, the ongoing Ukraine conflict, and the rising nuclear tensions between the two powers. Lavrov dives deep into the concept of “hybrid war,” Russia’s red lines, and the use of hypersonic weapons as a message to the West. He addresses controversial topics like U.S. involvement in Ukraine, NATO’s strategy, and the broader implications for global security. Don’t miss this unfiltered conversation about the state of world affairs and the potential paths forward.

O negócio da guerra a criar excêntricos todos os dias, por João Oliveira, in DN, 07-12-2024

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, sugeriu o uso de uma fracção dos gastos na Saúde e nas Pensões para o orçamento da Defesa.

Isto não é uma gaffe. O  que foi sugerido foi mesmo o sacrifício das verbas destinadas à Saúde ou às Pensões para aumentar os montantes destinados às despesas militares. E ainda acrescentou que os governos terão de dar explicações se não fizerem tal opção.

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Journal Tribune | Pourquoi je ne suis pas social-démocrate, par Alexis Corbière (Député LFI de Seine-Saint-Denis), 16 novembre 2022 | En accès libre | Tradução no final em Português

Cet article est une tribune, rédigée par un auteur extérieur au journal et dont le point de vue n’engage pas la rédaction.

TRIBUNE. L’interview de François Ruffin dans « l’Obs » crée le débat à gauche. En se qualifiant de « social-démocrate » et en revendiquant la méthode réformiste, l’élu de la Somme propose une nouvelle stratégie pour faire gagner la gauche en 2027. Dans une tribune, Alexis Corbière, député LFI de la Seine-Saint-Denis, lui répond. Pour lui, cette voie n’est qu’« une impasse ».

Mon camarade François Ruffin a accordé à « l’Obs » une riche interview dans laquelle il revendique une nouvelle identité politique, qu’il annonce en disant de lui-même : « Je vais me soc-démiser. » 

Pleine couverture, l’hebdomadaire titre à côté de sa photo : « Je suis social-démocrate. » Et l’ensemble dessine une stratégie qui permettrait, à ses yeux, de l’emporter en 2027. Puisqu’il ouvre un débat, je veux y apporter mes propres arguments, pointer quelques divergences profondes d’analyse et expliquer pourquoi finalement la voie qu’il propose serait une impasse.

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Mário Soares — o extraordinário político prático, por Carlos Matos Gomes, 06-12-2024

Mário Soares desempenhou um papel decisivo na política portuguesa da segunda metade do século XX. Por formação, cultura, carisma, senso, interveio na definição do regime em que vivemos. Desempenhou o papel que escolheu desempenhar e essa é uma demonstração da sua personalidade, apenas está ao alcance dos talentosos. Demonstrou uma qualidade pouco comum: o da coragem histórica. É uma das grandes figuras da nossa História sem ser, nem ter querido ser santo ou herói.  

Um provérbio africano ensina que a cabra come onde está amarrada. A transposição desta sabedoria para a grande política tomou o nome de realpolitik. Que é uma outra forma de designar o pragmatismo.

Mário Soares é o exemplar mais sofisticado do político português pragmático, juntamente com Melo Antunes e o processo político português a partir de 25 de Abril de 1974 desenrolou-se subordinado ao pragmatismo, ao anti-idealismo desses dois homens que perceberam onde a “cabra” estava amarrada, onde tinha que comer e viver e da cerca de onde não podia sair. Ou, na afirmação de Gil Vicente na Farsa de Inês Pereira, representada pela primeira vez no Convento de Cristo em Tomar: Antes quero asno que me leve do que cavalo que me derrube.

Ao ver chegar o 25 de Abril de 1974, Mário Soares, que recebera a herança política da República e vivera as tensões da política do Estado Novo na Guerra Civil de Espanha, da tensão entre as fações pró-Aliados e pró-Eixo na Segunda Guerra, os jogos que levaram os Aliados a preferirem manter Salazar e a ditadura no governo em vez do risco de um regime mais ou menos democrático trazer comunistas para a zona do poder, que assistira à troca dos Açores pela entrada na NATO; o apoio dos Estados Unidos pós Kennedy à guerra colonial, não tinha dúvidas que o novo regime e os novos políticos iriam ser sujeitos a um exame de admissão a um clube reservado a sócios credenciados.

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“Éramos felizes e não sabíamos”, diz Marcelo sobre coabitação com Costa, in “Agência Lusa”

O Presidente da República referiu-se esta quarta-feira aos oito anos de coabitação com o anterior primeiro-ministro, António Costa, como um tempo que, “comparado com o que vinha por aí”, será recordado como de “felicidade relativa”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa iniciativa do jornal Público sobre literacia mediática, em que manifestou “grande preocupação” com o panorama mediático e declarou que nos seus mandatos tem procurado “agir perante o chamado populismo, pela via popular, sem ultrapassar os limites que separam o popular do populista”. 

A meio da sua intervenção, ao falar das mudanças constantes e da “reconstrução permanente da História”, o chefe de Estado referiu-se ao tempo em que coabitou com António Costa, agora presidente do Conselho Europeu.

“Dizia muitas vezes a um governante com o qual partilhei quase oito anos e meio de experiência inesquecível: um dia reconhecerá que éramos felizes e não sabíamos”, relatou.

“Era tudo relativo, era uma felicidade relativa, mas, comparado com o que vinha por aí, era uma felicidade”, considerou o Presidente da República.

Neste discurso, Marcelo Rebelo de Sousa retomou a ideia de que se está a entrar num novo ciclo “relativamente aos sistemas políticos, económicos, sociais e comunicacionais” e que “a realidade não está racional, está emocional”.

“As novas lideranças são emocionais, as novas formas de comunicação são emocionais, os novos poderes são emocionais, não são racionais”, apontou.

Silas Corrêa Leite: poesia com raízes populares

Em novo livro, o poeta exercita a arte dos limeriques e recupera aforismos e ditados tradicionais | Adelto Gonçalves (*)

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            Ao contrário do haikai, um tipo de poema de origem japonesa, mas muito popularizado no Brasil e exercitado por grandes nomes como Guilherme de Almeida (1890-1969), Paulo Leminski (1944-1989) e Millor Fernandes (1923-2012), o limerique, poema de forma fixa composto por cinco versos, com a primeira, a segunda e a quinta linhas terminando com a mesma rima, ainda é pouco conhecido entre os leitores de língua portuguesa. Trata-se de uma forma poética que, a rigor, não oferece muita poesia, mas que flerta com o humorismo e a irreverência, sendo utilizado para se contar uma piada ou uma boutade, de maneira criativa e concisa, ou seja, uma tirada espirituosa. Ou repetir um aforismo, explicitando uma regra ou princípio de alcance moral.

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“Que direitos naturais a mais foram adquiridos no 25 de Novembro? Nenhum!”, entrevista a Carlos Matos Gomes por TSF.

A sala onde nos recebe não dá sinais disso, mas no sofá está sentado um dos militares mais condecorados do Exército português. Foi oficial dos Comandos, ferido em combate e fundador do Movimento dos Capitães. Hoje não sabe se ainda é militar. Ouça e leia aqui a Entrevista TSF com Carlos Matos Gomes

Abandonou os Comandos em setembro do Verão Quente e quando o novembro chegou apanhou Carlos Matos Gomes fora do país. No regresso, viu o nome nas paredes e passou à clandestinidade. Entregou-se depois a Ramalho Eanes: “Tratamentos que nos dignificam a todos.” Já não usa o camuflado, mas o porte continua altivo.

Garante que nunca houve em Portugal a intenção de trocar a água-pé pela vodka e não acredita em justificações “para os pobres de espírito e crentes em toda a verdade”. Defende que o que o xadrez jogado em Portugal ultrapassou em muito a dimensão do país. “A Revolução portuguesa introduz como fator de perturbação o surgimento de um Movimento Popular num Estado da NATO.” E desafia os que querem festejar Novembro a indicar uma inovação na sociedade portuguesa “que não estivesse já garantida pelo 25 de Abril”. “Talvez do mercado, do lucro”, admite o coronel na reforma.

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