A importância dos BRICS | António Filipe | in Jornal Expresso

O acrónimo BRICS, composto a partir das iniciais do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, passará a partir do início de 2024, com a fórmula BRICS +, a integrar a Argentina, o Irão, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Egipto como novos membros.

Para além disso, como é sabido, algumas dezenas de outros países pretendem vir a integrar esta plataforma informal de cooperação à escala mundial.

A importância dos BRICS não tem a ver com a natureza dos regimes políticos ou dos sistemas económicos dos países que integram o grupo e que são muito diversos. E não é a pertença aos BRICS ou a ausência dela que vai alterar esse estado de coisas. Há todo um mundo que separa o Brasil da Arábia Saudita em matéria de respeito pelos direitos das mulheres, assim como não há comparação entre a orientação política e ideológica do Partido Comunista que dirige o Estado Chinês e do partido de direita que governa a Índia. A questão não é essa e não é essa a lógica dos BRICS.

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Olha que não Daniel, olha que não! | por António Filipe | in Jornal Expresso

O comunista António Filipe escreve uma carta a Daniel Oliveira para contestar as críticas que este fez ao PCP por causa da posição sobre a Ucrânia.

Meu caro Daniel Oliveira,

Desde muito jovens que somos militantes de muitas causas e que nos cruzamos nesta vida. Encontramo-nos acidentalmente com alguma frequência, trocamos impressões com enorme cordialidade sobre os mais variados assuntos, fundamentalmente sobre a vida política, que acompanhamos apaixonadamente. Sabemos do que cada um de nós vai escrevendo e dizendo em público. Temos imensos amigos comuns e creio poder dizer que somos amigos. Concordamos muitas vezes e discordamos outras tantas, mas temos em comum o facto de, como escreveu José Fanha, trazermos o mês de abril “a voar dentro do peito”.

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O PCP e o Orçamento do Estado para 2021 | António Filipe

O PCP posicionou-se perante o OE para 2021 em absoluta coerência com o que fez entre 2015 e 2020 e como sempre disse que faria.

Apreciou as propostas pelo seu conteúdo e sem perder nenhuma oportunidade para obter avanços favoráveis ao povo português. O PCP sempre disse que a sua relação com o Governo PS não dependeria de qualquer documento assinado mas da análise das propostas em discussão. A questão não é notarial. É política. Não assenta em proclamações mas em conteúdos. O PCP obteve ganhos de causa muito importantes neste Orçamento do Estado. Não para si, mas para os trabalhadores sujeitos a lay-off, para os reformados ou para quem defende o reforço do SNS.

Se o PCP não tivesse aberto a possibilidade de discussão na especialidade e tivesse votado contra, nada disso teria sido possível. A discussão na especialidade foi um terreno de luta de que o PCP não abdicou e com a sua posição permitiu que propostas de outros partidos tivessem sido aprovadas com os seus votos mesmo contra os votos do PS. Também foi a posição e a coerência do PCP que, ao permitir a discussão na especialidade e ao viabilizar o Orçamento, tornou isso possivel.

O PCP não desiste de lutar pelo que não conseguiu obter. O Governo PS não é melhor nem pior do que era antes, mas esta luta continua em melhores condições do que continuaria se este Orçamento tivesse sido rejeitado. O PCP terminou este processo orçamental com a consciência do dever cumprido porque foram obtidos avanços concretos que os portugueses não deixarão de sentir.

António Filipe

Retirado do Facebook | Mural de António Filipe