Com a devida vénia à Autora.

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No filme África Minha (uma jóia de Sydney Pollack), há uma parte em que MerylStreep, que encarna na tela a personagem da escritora dinamarquesa Karen Blixten, na sua angustiada aventura (no Quénia) com a plantação de café (criada pelo marido sem o seu consentimento) que, desde o início, tinha tudo para não ter um resultado brilhante, derivado à escassez de água na zona e à altitude em que fora plantado.Tentando salvar esse investimento onde fora aplicado todo o seu dinheiro, Karen faz de tudo o que humanamente é possível, pensando triunfar contrariando a Natureza. Com a ajuda dos muitos empregados da fazenda, consegue ter uma reserva -uma espécie de lago artificial- com água desviada de um rio próximo.

Durante uns tempos a plantação é regada e, no seu tempo, os bagos de café começam a formar-se. Tudo parecia correr bem até uma madrugada em que a reserva de água, desviada do seu curso se revolta e salta vencendo (sem esforço) a barreira de sacos, pedras e areia que a aprisionava. Todos lutavam para travar essa fúria da Natureza mas aí, completamente esgotada, Karem põe um pé sobre uma rocha e, encharcada, exausta, diz:

Chega. Parem. Não adianta

Derrotada, olha para a água rebelde que quebra todas as barreiras e, vitoriosa, sai (saudosa) ao encontro de um leito que lhe pertence.

Esta água nunca deixou de viver em Mombaça! (Maria Elvira Bento)

 

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