Herberto Helder ( 1930 – 2015 ) – por Cristina Carvalho

HerbeHerberto Heder AlfredoCunharto Helder foi, é considerado um dos poetas maiores da segunda metade do século XX em Portugal. Personalidade misteriosa, aparentemente misantropo, seguramente avesso a prémios, aplausos e encontros, viveu e trabalhou por essa Europa fora, sempre desenhando a sua literatura poderosa em numerosas obras, livros de poesia e prosa.

Nos verdes anos frequentou o Café Gelo, onde paravam os poetas surrealistas e artistas de variados contornos. Que se saiba, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Letras, o curso de Filologia Românica, sem ter terminado nenhum destes propósitos.

Em 1994 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa, que recusou.

Um dos seus primeiros livros – daqueles que conhecemos – é um livro de contos. Chama-se “Os Passos em Volta”. Foi o primeiro livro que eu li de Herberto Helder , uma escrita que se situa entre o transcendente e a ascensão da vida palpável, num esforço adaptativo do conhecimento de si. Uma obra de beleza excepcional. Um clássico redentor. Uma visão inesquecível.

Às tantas torna-se repetitiva esta invocação da morte de Herberto Helder. Este chamamento, esta lembrança. Que nem sequer imagino o poeta a aceitar de feição tanto encómio! Mas eu não posso deixar de o invocar, de por ele me lamentar da sua própria morte. São palavras da vida, as que ficam. E que nunca ninguém diga o contrário.
Como tudo o que começa, como tudo tem um fim.

Cristina Carvalho
24 Março 2015

A fotografia é de Alfredo Cunha

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