Estabelecimento Prisional de Caxias – sessão de leitura com Cristina Carvalho

GradesO que é que eu posso dizer sobre uma experiência tão marcante na vida de uma pessoa? Uma experiência que se alonga por aqueles corredores absolutamente inóspitos, despidos e secos de vida, sem tonalidades de nenhuma espécie, lisos e frios, compridos, sem fim.


O nosso encontro foi na Biblioteca. Havias umas mesas dispostas em rectângulo e à volta, sentados, os homens que me aguardavam. Cumprimentámo-nos. Sentei-me num dos topos da mesa. Fiquei, pois, de frente para todos. Foi assim que o meu olhar os encontrou, de frente, olhos nos olhos, sem sombra e sem barreiras de qualquer espécie. Naquele momento, eu senti-os totalmente, um por um. E percebi que, à minha frente, estavam sentados vários homens a cumprir penas umas mais longas que outras, uns preventivos a aguardar julgamento e outros já condenados a vários anos, muitos anos com muitos dias de muitos sóis a brilhar, com muitas luas de luar, com filhos a crescer, a idade sempre a avançar. Encontrei-me com homens uns novos, outros muito mais velhos punidos por variados cometimentos e incumprimentos sociais. Todos sentados ouvindo o Concerto nº 1 para piano e orquestra, 1º andamento, de Frédéric Chopin; todos aguardando sinal para começarmos a conversar sobre o livro. E conversámos muito. Muitos quiseram saber sobre Fryc, quem foi realmente, quem amou, que vida teve, como foi o seu génio, o que é o génio, o que é uma vida, como foi viver no século XIX, o que foi o século XIX, como foi viajar, como foi morrer, como é viver, ontem, hoje, como será, como será, como será?

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Equívocos, Enganos e Falsificações da História de Portugal

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O que trazia a Rainha Santa Isabel no regaço do milagre das rosas?
Conhece a verdadeira história da padeira de Aljubarrota?
E o feito de Martim Moniz, será lenda?

Com a seriedade, o rigor e o estilo vivo e irónico que lhe são característicos, Sérgio Luís de Carvalho clarifica os mitos e equívocos da História de Portugal e repõe os factos históricos.
Este livro não tem como missão (se alguma missão tem) revelar quaisquer falsificações, omissões, ocultações ou erros que os historiadores pratiquem, consciente ou inconscientemente.

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A Família Portuguesa no Século XXI

familia_portuguesaDe que falamos quando falamos de família na sociedade portuguesa do século XXI? Formulada a historiadores, psicólogos, professores, demógrafos, sociólogos, assistentes sociais, psicanalistas, psiquiatras, mediadores e terapeutas familiares ou jornalistas, entre outros profissionais e investigadores, este livro pretende dar-nos algumas respostas a esta pergunta.

Esta obra constitui um olhar alargado sobre a realidade das famílias portuguesas, porque, embora tenhamos intitulado este livro no singular, sabemos que se trata de uma realidade plural, que só muitos e diferentes olhares poderão captar na sua infinita variedade.

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