Herberto Helder ( 1930 – 2015 ) – por Cristina Carvalho

HerbeHerberto Heder AlfredoCunharto Helder foi, é considerado um dos poetas maiores da segunda metade do século XX em Portugal. Personalidade misteriosa, aparentemente misantropo, seguramente avesso a prémios, aplausos e encontros, viveu e trabalhou por essa Europa fora, sempre desenhando a sua literatura poderosa em numerosas obras, livros de poesia e prosa.

Nos verdes anos frequentou o Café Gelo, onde paravam os poetas surrealistas e artistas de variados contornos. Que se saiba, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Letras, o curso de Filologia Românica, sem ter terminado nenhum destes propósitos.

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Judith Teixeira – Poesia e Prosa

Judith Teixeira - Poesia e Prosa“Com esta edição, propositadamente publicada no ano em que se comemora o primeiro centenário do Orpheu, pretende-se combater uma certa amnésia cultural marcada pelo género nas letras portuguesas, arquivar o longo ‘processo disciplinar’ desta pioneira, e desvendar materiais inéditos, no intuito de confirmar o lugar de comprovada importância simbólica ocupado por Judith Teixeira no palco modernista português.”

da introdução de Cláudia Pazos Alonso

Nascida em 1888, tal como Fernando Pessoa, e contemporânea de Florbela Espanca, outra mulher a quem quiseram aplicar o rótulo de “poetisa”, Judith Teixeira rompeu corajosamente com o padrão do silenciamento das mulheres no contexto de Portugal das anées folles, para se tornar um sujeito activo, que desvendou o corpo feminino sem pejo. Esta edição traz a lume cerca de vinte poemas desconhecidos e uma conferência inédita, além de reunir cinco obras de poesia e prosa que a autora publicou em vida. No seu conjunto, o presente volume permite-nos situar devidamente esta escritora no lugar que lhe pertence por direito próprio, ou seja, em plena vanguarda modernista.