O Casal que dirige Isto! | Carlos Matos Gomes

O “Isto” é a política da superpotência que domina o mundo. Existe um casal que dirige essa política. Esse casal representa o “modelo de democracia” que apregoamos como a superioridade moral do Ocidente e representa e os princípios éticos que regem quem decide por nós, quem deve ser morto ou condenado à fome, quem deve ser eleito, vencido, banido ou premiado em cada momento. Ninguém votou neles. Mas são o poder!

Quando ouvirmos referir o Bem, a Liberdade, da Democracia, o Ocidente, a Ucrânia somos nós, Israel somos nós, convém saber quem são os atuais profetas de que Kissinger foi o sumo-sacerdote. Atualmente no posto de comando encontra-se um casal. Esse casal tem nome e currículo. É conveniente conhecê-lo, não para os erradicar — porque eles são o sistema — mas para sabermos que são venenosos e têm ramificações com nomes mais conhecidos, como Ursula Von Der Leyen, ou Borrel, ou Boris Johnson, ou o tipo que é secretário geral da NATO, e têm marionetas, como Zelenski e Netanyahou. Raramente aparecem nas TVs. Comecemos pela mulher:

Victoria Nuland, atualmente no governo do democrata Biden como subsecretária de Estado para assuntos políticos. De 1993 a 1996, durante a presidência de Bill Clinton, foi vice-diretora de assuntos da ex-União Soviética.

De 2003 a 2005, foi vice-conselheira de política externa do vice-presidente republicano Dick Cheney, exercendo um papel influente durante a Guerra do Iraque. É sempre vice. De 2005 a 2008, durante o segundo mandato de George W. Bush, foi embaixadora dos EUA na NATO, em Bruxelas, onde se dedicou à mobilização do apoio europeu para a ocupação do Afeganistão pelos EUA. Durante esse período conseguiu um cessar-fogo, em 2006, no Líbano, que permitiu ao exército de Israel retirar-se sem ser perseguido pelo Hezbollah. Em 2011, tornou-se enviada especial para as negociações sobre armas convencionais na Europa e depois tornou-se porta-voz do Departamento de Estado. Foi secretária adjunta de Estado para assuntos europeus e euroasiáticos no Departamento de Estado de 2013 a 2017, sendo a principal responsável pela intervenção dos EUA na Revolução Ucraniana de 2014, a da Praça Maidan, garantindo um avultado empréstimo aos revoltosos anti russos e foi uma das principais defensoras da entrega de armas contra o governo do presidente eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovych. Em 4 de fevereiro de 2014, numa gravação de uma ligação telefónica entre Nuland e o embaixador dos EUA na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, em 28 de janeiro de 2014, na qual discutiram a composição do próximo governo ucraniano, Nuland decidiu que Arseniy Yatsenyuk deveria ser o próximo primeiro-ministro e afirmou que “A União Europeia que se foda!”, quando o embaixador se referiu à possibilidade de mediação da U E. Afastada das sombras da manipulação com a administração Trump, Nuland voltou ao poder com a eleição dos democratas de Biden. Será ela que, em novembro de 2021, fez reaparecer o principal comandante do “Exército Voluntário Ucraniano”, nazi, Dmitro Yarosh e o impõe a Zelensky, tendo sido nomeado conselheiro do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, que imediatamente deu o seu apoio ao «führer branco», o coronel Andrey Biletsky, e ao seu Batalhão Azov. Em Março de 2022, durante a invasão da Ucrânia, Nuland expressou a preocupação pela possibilidade de a Rússia obter o controle das instalações de pesquisa biológica ilegais dos USA naquele território. Nuland tanto foi assessora de segurança nacional do vice-presidente Dick Cheney, como secretária de Estado adjunta para assuntos europeus e euroasiáticos na administração Obama! O que é um excelente sinal de que podem mudar as moscas, mas não o meio onde elas se alimentam… Nuland é a nossa senhora. Úrsula Van Der Leyen é uma velinha ao pé dela.

Esta de democrata coerente e portadora de altos valores, tem um parceiro à altura, de que pouco se fala. Victoria Nuland é casada com Robert Kagan, de ascendência grega e de judeus lituanos, historiador, cofundador em 1998 do neoconservador Projeto para o Novo Século Americano (PNAC). Ambos, marido e esposa, são seguidores da estratégia promovida pelo filósofo judeu Leo Strauss̪, que defendia a imposição do modelo político e cultural americano pela força militar. Kagan foi conselheiro de política externa de candidatos presidenciais republicanos dos EUA, bem como de administrações democratas através do Conselho de Política de Relações Exteriores. Durante a campanha para as eleições presidenciais dos EUA em 2016, Kagan deixou o Partido Republicano devido à nomeação de Donald Trump, considerando-o um não intervencionista, e apoiou a candidata democrata, Hillary Clinton, adepta de uma política agressiva dos EUA em todo o planeta. Kagan começou cedo a “aconselhar”. De 1984 a 1986, sob a administração de Ronald Reagan, foi redator dos discursos do secretário de Estado George Shultz e membro da equipa de planos e de políticas do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Através do think tank neoconservador Project for the New American Century, Kagan foi um dos primeiros e mais radicais defensores da ação militar na Síria, Irão, Afeganistão, bem como para remover Saddam Hussein do poder. Em janeiro de 2002, Kagan e um sócio alegaram falsamente num artigo do Weekly Standard que Saddam Hussein estava a apoiar a “existência de um campo de treino terrorista no Iraque, com um Boeing 707 para praticar sequestros, e cheio de muçulmanos radicais não-iraquianos”. Kagan e o seu sócio Kristol alegaram ainda que o sequestrador do 11 de setembro, Mohamed Atta, se encontrou com um oficial dos serviços secretos iraquiano vários meses antes dos ataques. Um especialista em fake news. As alegações foram desmontadas e declaradas falsas, mas a sua carreira e a da esposa prossegue até hoje, com os sucessos visíveis na Ucrânia e em Gaza. Robert Kagan trabalhou para Reagan, para Clinton, para Obama, para John McCain e para John Kerry. Um homem por conta e para todas as ocasiões! Um exemplo!

É este casal, Robert Kagan e Victoria Nuland que está a dirigir o Ocidente Global. São estes os seus valores, os seus princípios.

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