Festival de Artes Performativas de Sintra – PERIFERIAS

Periferias

A programação dos espectáculos deste ano do Periferias estende-se por todo o dia, está vocacionada para todas as faixas etárias e é, como de costume, transversal quanto às áreas artísticas.

As tardes e as manhãs das TerçaS, QuintaS e SábadoS, serão dedicados a espectáculos vocacionados para a infância, em locais suRPREsa entre a Estefânea e a Vila; as noites, na CASa de TeATRO, sempre às 21,30h, serão apresentados os espectáculos e às qUartas e sextAs-feiRas, serão apresentados, respectivamente, no Café Legendary e no Restaurante Chefe Pinto´s novos criadores e espectáculos de música.

Para além dos espectáculos, a 4ª edição do Periferias incluirá, uma exposição de trajes do teatro tradicional de S. Tomé e Príncipe, o TcHiLoLi, em parceria com a Fundação Roçamundo/Cacau, de S. Tomé; uma Feira do Livro cuja maioria dos títulos é sobre ArteS do EspectáculO, iniciativa esta em parceria com uma das poucas livrarias que ainda resiste em Sintra, a Dharma e ainda uma OfiCiNa de DaNçAs AFRIcanas, orientada pelo actor moçambicano Santana Diaz Santana.

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Portugal em 2015 | José Pacheco Pereira

pacheco_rtpPortugal em 2015  está um país muito esquisito, amorfo e ao mesmo tempo zangado; cansado e ao mesmo tempo agitado, cheio de “criadores culturais” e ao mesmo tempo ignorante como nunca; egoísta, mas incomodado pelo seu egoísmo, com má consciência.

O Portugal urbano, precise-se. O rural move-se por outros mecanismos, mas não tem visibilidade a não ser na televisão aos domingos. O Portugal urbano de Lisboa, e, como o mal é contagioso, o do Porto vai a caminho. Coimbra continua muito solidamente provinciana e tem estudantes a mais. Muitos estudantes significam um deserto cultural extenso. Praxes, copos e Rosinha. A Rosinha ainda é o melhor.

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Olhe-se em volta. Nos cinemas dos centros comerciais (não há outros), a parte da Humanidade que é do sexo feminino faz fila para comprar bilhetes para ver um vago filme erótico, com chicotes e algemas, mas onde tudo é bonito, milionário, com gosto e controlado, asséptico. Parece que o sadomasoquismo chique está na moda entre as mulheres. Na verdade, não é uma grande novidade, mas presumo que os homens se interrogam sobre o que é que não tinham percebido nas suas mulheres, companheiras, namoradas, amantes e seja lá o que for. Vão continuar sem saber nada.

Portugal, 2015 (3)
A crise grega entra nas redes sociais por via da roupa do ministro Varoufakis. Discute-se o blusão de couro, o cachecol, as camisas de fora ou de dentro. Não admira. Muita da nossa inteligência feminina, metrossexual e gay gosta muito de discutir roupas e ocasionalmente gatinhos. Sendo assim, não admira que tenham passado dos sapatos Prada, dos fatos Armani e Boss do nosso ex-primeiro-ministro caído em desgraça, para a discussão contínua das gravatas e terminar na mais imbecil crítica feita alguma vez a Passos Coelho, a dos fatos suburbanos de segunda. Essa gente não se enxerga mesmo. É isto segredo para alguém, indiscrição, boato, ou má língua? Não, não é. É o conteúdo habitual desse ruído moderno do Twitter e do Facebook, feito por gente que diz abominar a Caras e a Lux e faz muito pior.
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O que tem mais graça, aliás o que é mais ridículo, é que esta gente que discute roupas, restaurantes e outros ademanes da cultura urbana, que fazem a Time Out ganhar a sua vida (honestamente), é toda muito de esquerda, muito de causa dos costumes, muito do social, muito modernaça. Seja dito, no entanto, que há também uma fauna de direita, muito “ajustadora”, que é exactamente igual. Aliás dão-se bem e exercem activamente a boa prática do fishing for compliments, ajudando-se uns aos outros na luta pela vida.”

 

PACHECO PEREIRA – retirado do Facebook

Má Luz, de Carlos Castán

ma_luz_CCJacobo e o narrador são velhos companheiros que partilham afinidades literárias, filosóficas e, sobretudo, vitais, como o álcool, as noitadas, a solidão insuportável e o amor às mulheres. Porém, quando Jacobo aparece morto à facada na sua casa de Zaragoza, o amigo decide apropriar-se da vida dele, como se essa fosse a única possibilidade que lhe resta de fugir da sua. E, assim, conhece a bela e enigmática Nadia, junto de quem empreenderá uma investigação obsessiva para esclarecer o assassinato de Jacobo.

Má Luz é uma ficção melancólica, sensual e romântica sobre o desejo e a busca de um sentido para a vida, mas é também uma espécie de thriller intenso e vertiginoso que se lê em absoluta tensão da primeira à última página.

Leia a recensão no Acrítico, leituras dispersas.

Novas Cartas Portuguesas Entre Portugal e o Mundo

Nova Cartas Portuguesas Entre Portugal e o MundoNovas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, tiveram em Portugal e no resto do Mundo.

Organizado por Ana Luísa Amaral e Marinela Freitas, inclui depoimentos e traduções de inúmeros artigos publicados na Imprensa estrangeira, entre eles, o de Simone de Beauvoir.

Novas Cartas Portuguesas Entre Portugal e o Mundo tem como objectivo mapear o impacto e a recepção nacional e internacional do livro (Novas Cartas Portuguesas) relevando a repercussão que ele teve na academia, no trabalho de outros autores (escritores, dramaturgos, actores, tradutores, etc.) e na sociedade em geral.”

Ana Luísa Amaral, in Introdução