Marilyn Monroe and Jane Russell

While it is true that Hawks’s camera often objectifies Monroe and Russell’s bodies, there is power in their characters’ frank sexuality. These women are very much in control of their bodies and obviously take care in how they present themselves. (The scene where they stride through the ship’s dining room, happily aware that all eyes are on them, comes to mind.) Dorothy and Lorelei are also unafraid to hide their lust, sexual or materialistic. It isn’t a secret that Dorothy loves men, just like it isn’t difficult to tell that Lorelei likes the finer things in life. One of the film’s best moments is when she outright admits to Gus’s father that she wants Gus for his fortune. It isn’t malicious — it’s survival.

At a casual glance, these two showgirls couldn’t be more different. Dorothy, a brunette, is the sardonic, practical one who enjoys chasing good-looking men. Lorelei, meanwhile, is a naive, supposedly dumb blonde who enjoys chasing good-looking diamonds. However, as the film goes on, we see that both women possess an intelligence that goes largely overlooked by the other characters. Fiercely loyal to one another, it becomes clear that Lorelei and Dorothy are the only ones who truly appreciate and understand each other. Dorothy knows that her best friend isn’t stupid, just like Lorelei knows Dorothy isn’t the hard-bitten cynic she pretends to be.

O erótico na literatura portuguesa | Manuel Frias Martins | in Companhia dos Livros

O professor universitário, ensaísta e crítico Manuel Frias Martins analisa a literatura erótica portuguesa num artigo em que passa também em revista o impacto dos fatores sociais, políticos e religiosos na nossa perceção sobre os valores morais dominantes em cada época.

As práticas censórias da ditadura salazarista, amparadas pela norma clerical que moldou a cultura moral portuguesa, e que continua subterraneamente presente em vários recantos do inconsciente da nação, sufocaram a imaginação erótica e muitas das suas expressões literárias possíveis. Cidadãos “virtuosos”, porque inimigos de representações artísticas do corpo, do desejo e do sexo, ocuparam lugares-chave da cultura oficial ou a ela ligados, e a partir dos quais expulsaram a experiência de Eros, denegando em consequência os múltiplos aspetos e possibilidades artísticas do sexo. Esta é a explicação mais simples, mas também a mais adequada, para a escassez de cultores literários do erotismo em Portugal.

Continuar a ler

Braga Horta | 50 poemas de circunstância | por Adelto Gonçalves

            Poeta, contista, ensaísta, tradutor e dono de uma vasta obra, Anderson Braga Horta (1934) acaba de lançar 50 Poemas (50 Gedichte), livro em edição bilíngue em que reúne suas últimas criações com tradução do alemão Curt Meyer-Clason (1910-2012), romancista e memorialista, que se notabilizou como tradutor de autores de diversas línguas, tanto em prosa como em verso, e que no Brasil ficou especialmente conhecido pela tradução que fez de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa (1908-1967). Como deixou expresso em carta de 2004 ao autor, reproduzida na contracapa do livro, Meyer-Clason procurou fazer uma recriação equivalente idiomaticamente ao original, enfrentando dificuldades com neologismos e aliterações próprios do idioma português que só com muito talento conseguiu passar para o alemão.

Continuar a ler