UM MILHÃO DE ANOS, UMA MIGALHA NO TEMPO DA TERRA | António Galopim de Carvalho

No dia-a-dia, o tempo mede-se em horas, minutos e segundos nos mostradores dos nossos relógios de pulso. Na História, mede-se em anos, séculos e milénios, usando, para tal, pergaminhos e outros documentos com significado cronológico. Na Pré-história faz-se outro tanto com base em objectos vários e fala-se de milhares e, nalguns casos, de milhões de anos.

 A escala do tempo dilata-se ao historiarmos o passado geológico e ainda mais se recuarmos aos começos do Sistema Solar e do Universo, onde os milhares de milhões de anos marcam as etapas percorridas com uma imprecisão que se esfuma nessa “eternidade”. Mil milhões de anos a mais ou a menos nos primórdios da matéria de que somos feitos representam o mesmo grau de imprecisão do milhão de anos a mais ou a menos no tempo dos dinossáurios, do mais ou menos um ano na história do velho Egipto, ou do mais dia – menos dia, mais minuto – menos minuto, no tempo que estamos a viver. No decurso da nossa existência revemos, sem dificuldade, o nosso tempo, o dos avós e até o da História, mas é com esforço que abarcamos ou evocamos a vastidão do tempo geológico, que só encontra paralelo na imensidão das distâncias astronómicas.

Continuar a ler

PORQUE | Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão.

Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Mar Novo, 1958

Telha com casa para pássaros atrai biodiversidade para cidades | Natasha Olsen | ciclovivo.com.br

Ideia simples e funcional une moradias de pessoas e de aves, trazendo mais vida para áreas urbanas.

A vida nas cidades pode incluir a biodiversidade! Para atrair e cuidar de outras, além dos seres humanos, muitas soluções simples e eficientes foram desenvolvidas, como hotéis para polinizadores solitários, plantio de flores silvestres, tetos verdes e pomares urbanos. Agora, as telhas das casas podem se transformar em casas de pássaros.

Esta é a ideia o designer holandês Klaas Kuiken. Ele criou uma casa para pássaros que se encaixa perfeitamente em telhas de barro usadas tradicionalmente nos telhados. Com esta estrutura, ele fornece abrigo e traz a população urbana de pássaros para perto da população humana.

O projeto ganhou o nome de Birdhouse Rooftile e foi pensado levando em consideração que os telhados já são escolhas comuns de várias espécies de aves para seus ninhos. Com uma pequena “porta” circular, estas casinhas oferecem um refúgio seguro às aves oferecendo boa ventilação e proteção contra animais domésticos, como os gatos.

Continuar a ler

MANTAS DE MINDE – JÁ TÊM PADRINHO | TIAGO GUEDES

 

 

 

 

Candidatura a uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular – é apadrinhada pelo Minderico TIAGO GUEDES – director artístico do Teatro Municipal do Porto.
O Tiago Guedes foi aluno do Conservatório de Música e do Atelier de Dança do Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro, em Minde. É coreógrafo, licenciado em Dança, pela Escola Superior de Dança de Lisboa. É detentor de um curriculum de referência nacional e internacional.

Nota – o padrinho é a personalidade escolhida por cada um dos candidatos, com a missão de o representar, nos diferentes programas que a RTP irá transmitir. Deverá ser uma figura pública, com grande notoriedade nacional, de origem ou com fortes ligações à terra do candidato que vai defender. No nosso caso, o Tiago reune todas estas condições e é um Minderico de sangue e de coração.

https://www.facebook.com/mantas.deminde

Continuar a ler

A arte do azulejo em Portugal e no Brasil | Clara Emília Sanches Monteiro de Barros Malhano e Hamilton Botelho Malhano | por Adelto Gonçalves

                                                     I

Considerada arte menor ou apenas decorativa, a azulejaria ganha agora foro de expressão artística com o estudo Desenhadores & Azulejeiros – Ensino e Aprendizagem, Arquitetura e História (Rio de Janeiro, Synergia Editora, 2018), de Clara Emília Sanches Monteiro de Barros Malhano e Hamilton Botelho Malhano (1947-2017), que resgata a história de vida de dois artistas portugueses – José Colaço (1868-1942) e Manuel Félix Igrejas (1928) –, além de analisar o ensino das Belas Artes no Brasil, o que inclui a azulejaria, e a sua relação com a arquitetura neocolonial e modernista. Para tanto, o trabalho, segundo definição dos autores, procura entender as “técnicas artesanais, manufatureiras e industriais da produção cerâmica azulejeira luso-brasileira em relação a outras produções de azulejos enquanto arte de caráter internacional”.

Nascido no Tânger, Marrocos, Colaço, de origem aristocrata, com formação acadêmica, pensou em emigrar para o Brasil e chegou a adquirir bilhete de viagem, mas deixou de fazê-lo porque a morte o alcançou antes, já na idade madura. Deixou atrás de si uma série de trabalhos, dos quais os mais famosos são os painéis de azulejos que decoram o grande átrio da Estação de São Bento, no Porto, desde 1915, e até hoje encantam os passageiros que por lá passam pela primeira vez ou não, e a parede de uma sala na Casa do Alentejo, próxima aos Restauradores, em Lisboa, de 1918.  No Brasil, porém, é mais conhecido pelos painéis da fachada principal do Estádio de São Januário, do Clube de Regatas Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, que produziu na década de 1930.

Continuar a ler

‎As Menízias do Ninhou nestes passos | As Mantas de Minde nos nossos dias | Museu de Aguarela Roque Gameiro – Minde

mantas

No próximo sábado, dia 23 de fevereiro, às 15h, no Atelier de Desenho e Pintura, abrirá ao público a exposição. A função das mantas como proteção contra o frio, mantém-se. Hoje, abrem-se novas oportunidades da sua utilização.
No entanto, mantemos os padrões, a textura, a matéria-prima (lâ 100% portuguesa), os processos de tingimento e de fabrico, sempre a pensar na qualidade e beleza das verdadeiras “Mantas de Minde”.
Venha descobrir os novos produtos.
A entrada é livre.