Ana de Londres, de Cristina Carvalho no PNL

cc“ANA DE LONDRES” – Edições Parsifal – 2013

Livro incluído no PNL (Plano Nacional de Leitura) como leitura recomendada para os 10º, 11º e 12º anos

Sufocantes, excitantes, únicos e inesquecíveis os anos 60 do século XX. De louca e arriscada travessia.
Em Portugal, vivia-se na ditadura. Londres, um sonho. Londres, o grito de alegria, tudo é novo, nada visto, único, longe, longe, distante de tanto mal!
1961 – Portugal iniciava a Guerra do Ultramar oferecendo a morte como certa a milhares e milhares de rapazes. Nessa altura, a Europa passou de miragem a ponto de esconderijo. E por aqui, mais valia suportar uma ausência de mistério e de segredos, sabendo que eles estavam por aí espalhados, do que sabê-los, em pesadelo, uns mortos, outros perdidos e estropiados nas matas desconhecidas.
Então, eram as mães e os pais e as namoradas e as amigas e as vizinhas e todos, todos sem excepção que procuravam empurrá-los para um outro destino. A angústia, a espera, o desespero eram as expressões do nosso quotidiano, em cada aldeia, em cada cidade, nos bairros, nas ruas, nos prédios, em cada patamar de todos os prédio.
Ana, apaixonada Ana não aguentou a separação, ela em Campo D’Ourique, o seu namorado em Londres. Contra os pais, tristes pais, amedrontados e incrédulos, Ana luta pela sua independência e por um amor que se recusa a perder. Londres é já ali. É só apanhar o comboio.
Foi o que fez.
Este livro conta a história de uma rapariga, de tantas e tantos adolescentes que em plena ditadura portuguesa, num pequeno país a agonizar, sem interesses, sem cultura, sem esperança, sombrio e serôdio de costumes, nada tinha a oferecer. Desaparecer, foi para muitos, a única vida possível.

Cristina Carvalho em “Ana de Londres”

Prefácio de Miguel Real

Capa e ilustrações do interior de Manuel San-Payo

Sobre o Ana de Londres aqui no Acrítico – leituras dispersas

 

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