O CRÍTICO PÓSTUMO | António Guerreiro in Ípsilon 22.11.2013

A crítica, especialmente a crítica literária dos jornais e revistas, está moribunda. Sobre ela, o mais urgente que há a discutir é o seu fim. Quem, por profissão, capricho ou relação interessada com a coisa literária continua a fazer a vez do crítico deverá saber que a sua condição é a de crítico póstumo. Se não chegou ainda a essa conclusão, nem chega a ser póstumo, é mais uma personagem de histórias de fantasmas para adultos. E quanto mais póstuma é a condição da crítica, mais enfáticos e patéticos são os gestos com que ela dá sinais de vida. Os críticos tornam-se puras manifestações tipológicas (de que este texto, que só pode ser lido como um exercício de auto-reflexão, é um exemplo óbvio): há os melancólicos, os canonizadores, os avaliadores, os mediadores, os animadores do gosto, os caçadores de tendências e os que são tudo isto ou várias coisas ao mesmo tempo porque tal é preciso num meio em que a procura é escassa e a autonomia reduzida. As razões para este estado de coisas são muitas e não falta bibliografia sobre o assunto. Detenhamo-nos num único aspecto: o facto de os críticos já não procurarem a legitimação dos seus pares. Descrevendo com maior rigor a situação, o que se passa é que as páginas de crítica literária e de divulgação de livros (dos jornais e revistas) dirigem-se a um público muito mais vasto do que o dos leitores cultos ou até especializados. Dir-se-á que sempre foi assim, e é verdade. Mas o ponto a que se chegou (num processo que se acelerou, quando se deu o completo domínio da cultura de massas e as próprias elites foram permeáveis a ela) é aquele em que se prescindiu completamente da autoridade que só pode ser outorgada pelos pares. O capital simbólico passou a ser adquirido fora do campo específico a que pertence o crítico (o mesmo vale, aliás, para os escritores). A situação paradoxal com que hoje estamos confrontados é esta: aqueles a quem se devia dirigir em primeiro lugar a crítica, aqueles que, em última instância, detêm o poder de legitimá-la e de prolongar o diálogo que ela deveria estabelecer, foram excluídos ou excluíram-se voluntariamente porque o discurso deixou de lhes dizer respeito. Póstumo, o crítico fala para um público que se ausentou, para um “povo que falta”, para usarmos uma expressão tão citada de Klee. A alternativa consiste em entrar na tagarelice – se não esteve nela desde sempre – que lhe permite (a ele e à publicação onde escreve) imaginar que tem um público numeroso. Daí o paradoxo: os suplementos literários são concebidos em grande parte (não exclusivamente, é certo), para um público de leitores ocasionais, em relação aos quais o crítico é uma espécie de conselheiro, isto é, um publicitário. Este sistema funciona, mas tem de vez em quando alguns sobressaltos: é quando surge alguém, com alguma autoridade, alguém que é um par respeitado, e vem dizer que se sente escandalizado com o curso da tagarelice. Prescindir do juízo dos pares, dispensar a sua função legitimadora, colocá-los à distância, não procurar a autorização conferida pelas regras do campo específico da disciplina ou da actividade intelectual que se exerce – tudo isso resulta num obscurantismo disfarçado de entretenimento. Nestas condições, a tagarelice não será interrompida porque quem estaria em condições de a denunciar já se demitiu até de entrar nos lugares onde ela reina e se por acaso ou imprudência se cruza com ela limita-se a virar a cabeça para o lado. Não tenhamos ilusões: o crítico pode hoje ser inócuo e medíocre impunemente porque se ausentaram os que o podiam criticar.

http://ipsilon.publico.pt … (FONTE)

E se de repente um quadro de REMBRANDT ganhasse vida?‏

E se de repente um quadro de REMBRANDT ganhasse vida num centro comercial? Num centro comercial em Breda, na Holanda, os clientes foram surpreendidos pelo soar do alarme e um fugitivo à solta. Estupefactos e meio assustados,ninguém estava a perceber o que se estava a passar, enquanto várias personagens do século XVII surgiam.No final, tudo ficou explicado. Tratava-se de um flash mob que serviu para celebrar o retorno do quadro «A ronda noturna», uma das mais famosas obras do pintor holandês Rembrandt, pintada entre 1640 e 1642, ao museu Rijksmuseum. Onze helden zijn terug!

Materiais Diversos | Tiago Guedes | PASSATEMPO Produtor(a) por um dia

Trabalhar com o inesperado, ultrapassar os problemas, suplantar dificuldades, resolver no momento, assegurar a todos os intervenientes condições para a obra acontecer é um dos trabalhos da produção. O que está por trás do que vês enquanto esperas o começo do espectáculo na plateia ?

Queremos mostrar e proporcionar a uma pessoa ser “produtor por um dia”: o dia é o da ante-estreia do HOJE, a nova criação do Tiago Guedes, dia 30, próximo sábado, pelas 21.30, no Teatro Virgínia em Torres Novas. E que dia !!! E que azáfama !
A REGRA // envia por mensagem privada uma frase criativa que englobe as palavras HOJE / CAOS / COLCHÕES
DEVER DO VENCEDOR // convida 2 amigos para o espectáculo
O PRÉMIO // acompanhar a produção horas antes da estreia com tudo o que isso engloba / 1 convite para o espectáculo / Jantar
O passatempo termina quarta-feira pelas 23.00!

TGuedes