As (in)dependências da Europa | Major-General Carlos Branco

– Tempestade.

Ao contrário do que afirmam os dirigentes europeus, a transição energética, tecnológica e industrial que a Europa pretende trilhar não vai conduzir à sua autonomia ou independência, mas sim aumentar as suas dependências, agora da China, em vez da Rússia.

Tanto Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, como Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, têm-se pronunciado repetidas vezes sobre a autonomia estratégica e a independência energética da União Europeia.

Temos dúvidas como conseguirá a União atingir esses objetivos tão ambiciosos, perante a série de dependências que as tensas relações entre a China e os EUA, a crise da Covid-19 e a guerra na Ucrânia trouxeram à tona de água, não só em matéria de comércio, investimento e cadeias de abastecimentos, como das matérias-primas necessárias à transição energética e tecnológica, que a União pretende implementar. Um dos aspetos que os oito meses de guerra tornaram evidente é o facto do modelo de desenvolvimento económico europeu assente em matérias-primas baratas, que lhe permitiam obter vantagens competitivas no mercado global, se encontrar esgotado.

Um relatório efetuado no âmbito da Comissão Europeia identificava 137 dependências da União. Dessas, 52% tinham origem na China, e apenas 3% na Rússia. Sem se estabelecer uma relação com a natureza do impacto de cada uma delas, a sua contabilização é um instrumento de análise insuficiente.

Preocupar-nos-emos neste texto apenas com as dependências de maior impacto na tão almejada transição energética e tecnológica. Pensamos nas novas tecnologias altamente exigentes em dados (comunicações móveis de quinta/sexta geração, inteligência artificial, quantum computing, robotização, biotecnologia, veículos sem condutor, aparelhos médicos de alta performance, a designada “internet das coisas” e as indústrias de defesa) que definirão o futuro paradigma tecnológico e industrial.

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Sondagem CNN Portugal | O “Estado da Opinião” dos portugueses mostra um país baralhado sobre a TAP e muito decidido sobre a localização do novo aeroporto.

O trabalho de campo decorreu entre 5 e 7 de janeiro de 2022.

Os portugueses querem manter a TAP, desde que o Estado não tenha de pagar. Uma sondagem da Aximage para a CNN Portugal conclui que 44% dos inquiridos discordam de ajudas financeiras à transportadora aérea, por oposição a 32% que aceitam a reestruturação da TAP e a consequente fatura.

Para 57% dos inquiridos não restam dúvidas de que a TAP é importante para o país, devendo-se manter a companhia aérea. Já 22% viveriam bem sem a ter.

Na discussão sobre o novo aeroporto em Lisboa, tema que atravessou governos, os portugueses tomam partido:

  • 69% acham que não é uma prioridade.

E se não acompanham o entusiasmo pela existência de um novo aeroporto, menos ainda sobre a sua localização.

Há um dado a reter nesta sondagem:

  • 41% dos portugueses preferem manter Humberto Delgado como aeroporto principal e Montijo como complementar, mas 29% nem tem opinião sobre o assunto.

https://cnnportugal.iol.pt/aeroporto/sondagem-cnn-portugal-57-dos-portugueses-consideram-que-a-tap-e-importante-para-o-pais-desde-que-nao-tenham-de-a-pagar/20270130/61df969b0cf21a10a419477e

A posição da Alemanha na Nova Ordem Mundial da América | Michael Hudson | 3 de Novembro de 2022 | Opinião

O Conselho Alemão de Relações Externas é um braço neoliberal “libertário” da NATO que exige a desindustrialização alemã e a dependência dos EUA para o seu comércio, excluindo a China, a Rússia e os seus aliados. Este promete ser o último prego no caixão económico da Alemanha.


AAlemanha tornou-se um satélite económico da Nova Guerra Fria da América com a Rússia, China e o resto da Eurásia. Foi dito à Alemanha e a outros países da NATO que impusessem a si próprios sanções comerciais e de investimento que durariam mais tempo do que a guerra por procuração de hoje na Ucrânia. O presidente dos EUA Biden e os seus porta-vozes do Departamento de Estado explicaram que a Ucrânia é apenas a arena de abertura numa dinâmica muito mais vasta que está a dividir o mundo em dois conjuntos opostos de alianças económicas. Esta fractura global promete ser uma luta de dez ou vinte anos para determinar se a economia mundial será uma economia americana unipolar, centrada no dólar, ou um mundo multipolar, com múltiplas moedas, centrado no coração da Eurásia com economias mistas públicas/privadas.

O presidente Biden caracterizou esta divisão como sendo entre democracias e autocracias. A terminologia é tipicamente orwelliana de língua dupla. Por “democracias”, ele refere-se às oligarquias financeiras ocidentais americanas e aliadas. O seu objectivo é desviar o planeamento económico das mãos dos governos eleitos para Wall Street e outros centros financeiros sob controlo dos EUA. Os diplomatas americanos utilizam o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para exigir a privatização das infra-estruturas mundiais e a dependência da tecnologia dos EUA, petróleo e exportações de alimentos.

Por “autocracia”, Biden quer dizer países que resistem a esta tomada de controlo da financeirização e da privatização. Na prática, a retórica dos EUA acusa a China de ser autocrática na regulação da sua economia para promover o seu próprio crescimento económico e nível de vida, sobretudo mantendo as finanças e a banca como serviços públicos para promover a produção tangível e a economia de consumo. O que está basicamente em questão é se as economias serão planeadas pelos centros bancários para criar riqueza financeira – através da privatização de infra-estruturas básicas, serviços públicos e serviços sociais tais como cuidados de saúde em monopólios – ou através da elevação do nível de vida e prosperidade, mantendo a criação de bancos e dinheiro, saúde pública, educação, transportes e comunicações nas mãos do público.

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