JOSÉ LUIS SAMPEDRO: O CAPITALISMO NÃO ESTÁ EM CRISE – ESTÁ ESGOTADO! – por Carlos Loures

A Viagem dos Argonautas

Na passada segunda-feira, morreu José Luis Sampedro.  Cumprindo a vontade do escritor, ficcionista e economista catalão, a família só comunicou a sua morte na terça-feira, dia 9, após o funeral.  Tinha 96 anos, mas como se pode confirmar no vídeo que aqui incluímos, o seu raciocínio era límpido .

Em 25 de Outubro de 2012, publiquei um artigo onde relatava a surpresa que, há muitos anos atrás (em 1993!), me produziu a leitura de La sonrisa etrusca. Terminava dando conta da minha intenção de voltar aqui a falar sobre este catalão que, como disse José Saramago, fez da reflexão uma forma de vida. Lamentavelmente, volto a falar dele pela pior das razões.

Eis o link para esse artigo.

E numa entrevista concedida em Dezembro de 2012 onde nos afirma que o sistema capitalista não atravessa uma crise – pura e simplesmente está esgotado:

Eis uma frase lapidar de José…

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Miguel Real | Nova Teoria do Mal

Estamos a matar o homem europeu, que construiu a civilização mais racional, mais humanista, mais liberal que existiu na terra, que misturou raças, criou a democracia, a vontade popular democrática, criou a Carta dos Direitos Humanos, a Carta dos Direitos da Criança, defendeu os Direitos Ambientais.

Uma Europa de que a última tentativa de ser resgatada foi o projecto de comunidade europeia. E os valores portugueses e europeus estão a ser mortos por uma geração de economistas, que substitui o homem pelo número. Podem dizer que isto é demagógico, mas é a verdade.

[…] Hegel disse que a China estava a dormir há três mil anos, agora é a Europa que ficará a dormir, três mil anos ou mais. Como homem europeu, sinto revolta.

Miguel Real, in Nova Teoria do Mal

Miguel Real

UM ARGONAUTA PREMIADO PELA FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO

A Viagem dos Argonautas

Fábio Roque é distinguido pelo júri do  Prémio de Fotografia “Retratar um Livro”

Quarta-feira, 10.04.13:

O júri da segunda edição do Prémio de Fotografia “Retratar um Livro”, composto por António Mega Ferreira, Jorge Vaz de Carvalho e João Francisco Vilhena, reuniu no dia 9 de abril e deliberou atribuir o terceiro prémio a Fábio Roque  pela fotografia com o título Mensagem:

1.º Prémio a Maria de Lurdes Poças, Jurista, pela fotografia Impressão Estranha:

O 2.º Prémio foi atribuído a Pedro Teixeira Neves,Jornalista , pela fotografia A vida que há em si:

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RETRATOS, IMAGENS, SÍNTESE DOS EFEITOS DA CRISE DA ZONA EURO SOBRE CADA PAÍS

A Viagem dos Argonautas

Selecção e tradução por Júlio Marques Mota

Europa : Se os ingleses fossem os primeiros

 

AGNÈS CATHERINE POIRIER – MARIANNE

Parte I 

O  referendo prometido em  2017 por David Cameron não levará  ele à  saída definitiva do Reino Unido  da União Europeia? “Marianne” imagina  as consequências desta política  não tão ficção como pode parecer .

David CameronYves Logghe/AP/SIPA

A data foi escolhida com cuidado. O referendo britânico sobre a  saída da União Europeia foi fixado para  24 de Abril, dia de São Jorge, festa do Santo padroeiro da Inglaterra que,  do alto de seu cavalo, arrasa  o dragão do mal. Se as sondagens  mais recentes sugerem pouca esperança para os eurófilos, ninguém esperava  uma tão clara vitória dos “União Europeia, NÃO”. Cinquenta e oito por cento dos britânicos votaram a  favor do divórcio, soltando as amarras para um destino desconhecido.

Os eurocépticos  deslocaram-se em massa para votar enquanto que os…

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Pode ser | Luís Novaes Tito

PapaFrancisco01Enquanto a Europa dá sinais de senilidade global ao tentar apropriar-se das poupanças (e da inevitabilidade dos cidadãos terem contas bancárias onde se vêm obrigados a guardar os ordenados que não lhes chegam para as contas do fim do mês) o poder luso perde-se em discursos idiotas destinados a salas vazias proferidos pelo chefe do governo e o Ministro de Estado e das Finanças declara que o acordo com a tróica foi mal equacionado depois da tróica o acusar dos falhanços decorrentes da política do “ir além da própria tróica”.

No meio de todo este descalabro salva-se o Jesuíta que proclama a necessidade de cuidarmos uns dos outros dando a entender que isso não tem a ver com a nossa disponibilidade pontual para cuidar, mas antes com a necessidade permanente de cuidados dos nossos próximos.

O Mundo político está cada vez mais mal frequentado. Talvez a Igreja Católica reabra o caminho da esperança e da solidariedade que os agnósticos do dinheiro esqueceram quando deixaram de entender que nas quatro operações aritméticas está incluída a divisão.
LNT

http://barbearialnt.blogspot.pt/2013/03/pode-ser.html … (FOTO)

PEC IV, dois anos depois | Tiago Barbosa Ribeiro

751079Foi há 2 anos que um grupo de dirigentes políticos impreparados, desgastados por sucessivas derrotas eleitorais e formatados num liberalismo doutrinário, viram no chumbo do PEC IV a possibilidade de precipitação de uma crise política. Com isso conseguiriam também obter cobertura externa para o seu programa, construindo uma poderosa narrativa que os desresponsabilizaria na crise.

O PEC IV não era um passe de mágica nem, tão pouco, inclua as medidas que o PSquisesse aplicar ou que fossem confortáveis para qualquer socialista: não eram. Não são. Eram, todavia e à época, as medidas possíveis de um Governo socialista isolado de uma economia periférica numa Europa guinada à direita, atravessando uma convulsão financeira mundial, com instrumentos limitados por uma integração monetária assimétrica.

O contexto nacional era de progressiva reorganização das forças financeiras e económicas, antecipando uma queda do Governo socialista minoritário. Pouco antes, desde 2008, com o estouro da desregulação mundial e a queda dos gigantes da finança norte-americana, a Comissão Europeia estimulava políticas expansionistas e de investimento público para combater a recessão – o que de facto foi conseguido -, agravando o défice e a dívida de todos os países europeus. A Alemanha, que viu nesta crise a oportunidade histórica de impor a sua hegemonia política e financeira na UE com pesados custos para o projecto europeu, rapidamente percebeu a oportunidade de fortalecer a sua economia estabelecendo os termos de troca nos restantes países e nas instituições europeias.

Desta forma, em relação a outros países, a excepção portuguesa foi a conjugação do pico da crise com a fragilização política do Governo de então, com um Presidente da República hostil e com a gula da banca pelas linhas de recapitalização de um programa de assistência, levando todos os principais banqueiros a uma inédita semana de entrevistas na televisão para forçar uma viragem política no país.

O PEC IV, de facto, permitiria o oxigénio possível até outras medidas por parte do BCE. Atendendo ao que entretanto sabemos de outros países, é bem provável que não tivéssemos chegado a um programa de assistência para toda a economia ou que as condições, nomeadamente de juros, tivessem sido mais vantajosas.

Dois anos volvidos, sabemos o que aconteceu. A direita não podia esperar e a esquerda à esquerda do PS, justiça seja feita, já tinha votado contra todos os anteriores PEC. O resultado foi a crise política e, com isso, a entrada definitiva de Portugal nos radares internacionais. O país foi despojado, os activos públicos foram vendidos a preço de saldo, os custos laborais baixaram pela via salarial, o desemprego disparou, o desespero grassa.

Portugal mergulhou numa tragédia económica e social sem fim à vista, os indicadores sociais recuaram décadas, temos o pior desempenho económico em 40 anos. As ideias dos que nos trouxeram até aqui estão enterradas, mas os resultados das suas políticas vão perdurar décadas.

Só poderemos virar esta página quando percebermos que o que estamos a viver resulta de opções políticas concretas, de programas, de doutrinas, de ideologia, e que o combate pela mudança faz-se também pela consciência muito clara dos momentos e atitudes que definiram a nossa história recente. Na altura, o Secretário-Geral da OCDE afirmava que «no caso de Portugal é sobretudo um problema político auto-infligido». Os números são indesmentíveis:

É por isso que o chumbo do PEC IV é um dos momentos mais marcantes da história portuguesa contemporânea que, por razões diversas, muitos querem ignorar. Infelizmente, quanto mais tempo passa, mais percebemos a sua importância para a definição do nosso futuro colectivo.

http://oportugalfuturo.blogspot.pt/2013/03/pec-iv-dois-anos-depois.html … (FONTE)