Painel do presbitério da Basílica da Santíssima Trindade em Fátima

Mosaico com cerca de 500m2 (10m de altura e 50m de largura), cobrindo a parede curva do fundo do presbitério, é feito em terracota dourada e moldada manualmente.
A cor do ouro simboliza a santidade e a fidelidade de Deus, tendo os três traços vermelhos a finalidade de realçar o dourado e favorecer a percepção do mistério e da santidade. Todo o dinamismo e tensão de luz e ouro no sentido horizontal e vertical pretendem provocar no coração de quem está na igreja um estado de alma que acolhe a beleza, a comunhão e o amor.
À direita e à esquerda do trono e do Cordeiro, a Jerusalém Celeste, na qual se vê a multidão de Anjos e de Santos. O Cordeiro é formado pela cor do ouro e por tonalidades de alvura, porque Ele é a Luz. D’Ele partem ondas de luz.
Os Santos estão pintados em tons coloridos, a indicar que estão na luz, receberam a luz, deixaram-se iluminar e penetrar por ela, acolheram o dom da vida divina.

Bloco de Esquerda, Podemos e Esquerda Insubmissa criam movimento europeu | Raquel de Melo in “TSF”

Catarina Martins, Pablo Iglesias e Jean-Luc Melénchon assinaram declaração “Agora, o Povo. Por uma revolução cidadã na Europa” para apelar à união dos cidadãos “para romper com espiral política inaceitável”.

Os líderes do Bloco de Esquerda, do espanhol Podemos e do França Insubmissa assinaram, esta quinta-feira, em Lisboa, um documento conjunto, que visa a criação de um movimento político europeu, descrito como “um passo em frente” para romper com o que classificam de “espiral inaceitável” a ocorrer na Europa.

“Chegou a hora de romper com os grilhões dos tratados europeus, que impõem austeridade e promovem o ‘dumping’ fiscal e social”, lê-se na declaração “Agora, o Povo. Por uma revolta cidadã na Europa”, na qual Catarina Martins (BE), Pablo Iglesias (Podemos) e Jean-Luc Melénchon (Esquerda Insubmissa) acusam os governantes europeus de terem condenado os países “a uma década perdida” com uma “aplicação dogmática, irracional e ineficaz das políticas de austeridade” e dirigem um apelo aos cidadãos.

“Apelamos aos povos da Europa para que se unam na tarefa de construir um movimento político internacional, popular e democrático de forma a organizarmos a defesa dos nossos direitos e a soberania dos nossos povos face a uma velha ordem, injusta e que nos conduzirá ao desastre”, escrevem.

Salientando que o novo movimento “ao serviço das pessoas” se abre a todos os que defendem a democracia “económica”, “política” (contra “ódios e xenofobias”), “feminista”, “ecológica” e “da paz”, os três líderes partidários dizem-se “cansados de acreditar naqueles nos governam de Berlim e de Bruxelas”.

“Estamos a trabalhar arduamente para construir um novo projeto de organização para a Europa”, acrescentam, concluindo que tratar-se de “uma organização democrática, justa e equitativa que respeita a soberania dos povos”.

Criado a um ano das eleições europeias, o movimento abre-se agora “a outras forças políticas” para dizer à União: “Agora, o povo”.

Raquel de Melo

https://www.tsf.pt/politica/interior/bloco-de-esquerda-podemos-e-esquerda-insubmissa-criam-movimento-europeu-9254877.html

A Livraria Bertrand e a Guerra e Paz convidam

Vai ser uma série de antologias de Fernando Pessoa & Companhia. A primeira – Absinto, Ópio, Tabaco e Outros Fumos – vai dar uma animada conversa. É já na 3ª feira, dia 17, na Bertrand do Chiado. Reparem bem na tremenda variedade das bocas que vão estar à conversa: Eugénia de Vasconcellos, poeta e ensaísta; Júlio Resende, compositor e pianista; Jorge Barreto Xavier, professor e programador cultural. Eu vou-me sentar ao pé deles, boca fechada está claro, que o que é bom é ouvir quem sabe. É às 18:30 e preciso que venham todos. Querem ver o convite? Já mostro! [ Manuel S. Fonseca ] 

Mais um dia no paraíso | Mauro Castro

A figura na calçada da avenida Bento Gonçalves não combinava muito com a claridade da manhã. O dia começou com uma travesti fazendo sinal para meu táxi, dinheiro na mão, gesto típico de quem já foi rejeitada por outros taxistas. Como quem diz: posso não ser a passageira dos seus sonhos, meu bem, mas tenho dinheiro para pagar a corrida. Os primeiros raios da manhã iluminavam uma figura esguia, pernas longuíssimas, shortinho jeans minúsculo, enterrado, as tiras da calcinha aparecendo no quadril, top rosa choque, salto alto vertiginoso e cabelão desgrenhado. Além da nota de 20 balançando em minha direção, ela tinha um bichinho no colo. Um hamster, acreditem, um ratinho malhado. Parei, óbvio.
Imagina um cheiro forte de perfume. Sentou na frente, educadíssima “Vila Cachorro Sentado, por favor”, a maquiagem borrada, perguntei se estava tudo bem, “melhor impossível, beijei na boca, dancei muito”, saindo de uma festa “Psy”, música eletrônica, tentando retomar o sentido, “fraca pra bira”, estava saindo de uma padaria onde tinha tomado um copão de café preto. Maquiadora, performer, massoterapeuta, explicou que ganhou o hamster do dono da festa que não queria mais o animal “será que dou queijo pra ele?”.
A discrição da minha passageira foi pro saco quando mostrei meu livro à venda. Bateu palmas, pediu detalhes, deu chilique quando mostrei minha foto com a Fernanda Lima, Amor & Sexo, “ARRASOU, VIADO!!”, quase perdeu o hamster pela janela do táxi, pediu que eu sintonizasse um batidão no rádio, que tocava FM Cultura bem baixinho, mas já era hora de desembarcar, a corrida chegava ao fim, minha cliente lamentou estar sem bateria pra fazer uma selfie. Melhor assim.
Desceu do táxi e entrou requebrando pela vila, jogando charme para os papeleiros que saiam para o trabalho puxando seus carrinhos, os gatos abanando o rabo para o hamster apavorado no braço de sua nova cuidadora.
Mais um dia no paraíso.