Clauder Arcanjo: tributo à mulher nordestina | por Adelto Gonçalves

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            Mulheres fantásticas (Mossoró: Sarau das Letras Editora; Fortaleza: Edições Poetaria, 2019), reunião de dezoito pequenos contos, do cronista, romancista, crítico literário e contista Clauder Arcanjo (1963), que constitui um tributo ao realismo fantástico tão presente nas histórias do Nordeste brasileiro, na definição do próprio autor, tem como figura central a mulher e suas habilidades únicas, que tanto intrigam os homens, que, muitas vezes, buscam em vão explicações para o seu comportamento. Não foi para tentar encontrar essas respostas que o Clauder Arcanjo escreveu estes contos, mas, principalmente, para realçar estes mistérios.

            Para tanto, tratou de imaginá-las como elementos da natureza, objetos e até animais, como galinha, sapo, abelha, mas sem cair no tratamento chulo das palavras, ou ainda forças naturais, como ventania, maré e nuvem, ou sentimentos, como saudade, mostrando com leveza e bom humor os dramas que ocorrem no relacionamento entre homens e mulheres. Na visão do autor, os homens se mostram frágeis e incapazes de compreender a sensibilidade delas.

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