O que vestir na escola? E no trabalho? | Carlos Matos Gomes

A escola do Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes, na Amadora, tinha afixado à sua porta um cartaz a mostrar o que os alunos podiam ou não vestir, um código de vestuário para frequentar um estabelecimento de ensino público.

O ensino público inclui dois pontos nucleares que a sociedade, através do Estado, entende serem essenciais para a vida em comum e, por isso, decidiu afetar-lhe vastos recursos públicos: saber de humanidades e ciências que se possam traduzir em criação de riqueza e bem estar e uma integração social que proporcione uma harmoniosa vida em comum, isto dentro do princípio de que uma sociedade é mais que um agregado caótico de individualidades. Eram proibidas tops cai-cai — uma peça de pano usada por mulheres que circunda as mamas e deixa o umbigo à vista — calções curtos, calças largas ou descaídas, segundo a moda originária das prisões americanas para os presidiários anunciarem a disposição para relações sexuais (segundo informação da internet).

No regulamento interno da escola existia também uma regra que determinava que o vestuário não podia “expor partes do corpo, que possam atentar contra o pudor público”.

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AUKUS: UM ACORDO PARA ACORDAR A UNIÃO EUROPEIA | Paulo Sande

Não podia vir mais a propósito.

Três países – EUA, Reino Unido e Austrália, aliados antigos, um dia depois de Ursula von der Leyen ter feito o seu discurso da União e apelado à Europa da Defesa, anunciaram um acordo de segurança que é, na opinião de muitos especialistas de segurança, o maior desde a 2ª guerra mundial.

O AU – (u)K – US (AUKUS) formaliza a cooperação de defesa entre estes países na região do Indo-Pacífico e foca-se na capacidade militar, com dimensões como a cibernética, tecnologias quânticas, inteligência artificial. E depois (ou antes) há os submarinos.

1. SUBMARINO AO FUNDO

A compra de submarinos nucleares pela Austrália, o investimento mais caro de todo o acordo, criou um incidente diplomático com a França. Não admira, pois fica em causa o contrato (de 2016) de venda de 12 submarinos convencionais por parte da França à Austrália que, com este acordo, compra submarinos nucleares aos EUA (que pela 2ª vez apenas partilham a sua tecnologia submarina), tornando-se o 7º país do mundo a tê-los.

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