A guerra | A política SEM A MÁSCARA da Moral | por Carlos Matos Gomes

A guerra na Ucrânia decide a nova arquitetura do poder político mundial, não é uma luta do Bem contra o Mal.

Quando referimos a palavra política associamos o termo a pelo menos 3 realidades: em primeiro lugar associamo-lo à administração da polis — tarefas administrativas, gestão — o que hoje surge englobado sob o grande chapéu de administração pública e tarefas do Estado, em segundo lugar a disputas partidárias, negócios disfarçados de falsas alternativas eleitorais, má-língua onde surgem alhos e bugalho, comentários enviesados, em terceiro lugar, mas raramente, à política entendida como o processo de definição de modos de organizar uma dada sociedade para a integrar em espaços mais vasto, isto é, falar da política como uma forma de pensar e de construir uma realidade tão próximo quanto possível da harmonia, da virtú, de que falava Maquiavel em o Príncipe e que nunca deixou de estar presente. A política virtuosa seria aquela que não sucumbe ao “poderio da caprichosa e inconstante Fortuna do momento”, o oposto da que tem sido praticada pelos que temos tido ao comando dos nossos destinos. Político virtuoso seria o que consegue ser senhor da sorte, ser o que determina as circunstâncias e não o que se deixa ir na sua espuma. É esta terceira abordagem da política que me interessa para analisar a guerra na Ucrânia.

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