É O MOMENTO DE AGIR por José Loureiro dos Santos* in “Público”

gen loureiro dos santosEra visível há muito tempo a incompetência do ministro do Orçamento (com a designação oficial de ministro das Finanças), o que, aliado às políticas absolutamente desastrosas da União Europeia decorrentes dos interesses e das imposições de Berlim, cujo calendário e decisões se baseiam no estrito interesse nacional alemão, conduziu o país à situação desesperada em que se encontra.
Têm sido inúmeras, quase unânimes, as opiniões dos mais credíveis economistas portugueses e estrangeiros, no sentido de classificarem como contraproducentes as sucessivas medidas tomadas pelo Governo, sem suficiente confronto e entendimento com os interesses nacionais, já que, aparentemente, o ministro com o papel principal na definição e conduta da estratégia de resolução da crise financeira que atravessamos entende serem nossos os interesses alemães que Merkel defende, o parlamento germânico impõe e o respetivo tribunal constitucional monitoriza. E não só, pois vai mesmo além daquilo que os estrangeiros nossos credores nos exigem, numa atitude de inexplicável subserviência com as instituições sob cuja tutela nos encontramos (FMI, BCE e UE). Atitude também (e tão bem) ilustrada pelo “colaboracionismo” rasteiro com os alemães, demonstrado por altos funcionários europeus, alguns deles (lamentavelmente) portugueses.
A desmotivação que as sucessivas falhas de Vítor Gaspar têm gerado nos portugueses, pelo emprego que destroem e a desesperança e a miséria que criam, já há muito aconselham a sua demissão e substituição por um português que conheça a nossa realidade e esteja interessado em renovar o ânimo do país e fazer todos os esforços para o retirar do poço para que foi lançado pelo contabilista ainda em funções.
Só com esta decisão o primeiro-ministro poderá ter condições para pedir aos portugueses que readquiram a esperança e voltem a confiar nos governantes, desde que aproveite a oportunidade para também se ver livre do seu ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, transformado numa pedra amarrada ao seu chefe, que levará para o fundo se dela se não livrar, e corrói a credibilidade do Governo e das mulheres e homens sérios e competentes que o integram.
Se o primeiro-ministro não entender que deve e precisa de avançar urgentemente com esta solução, porventura acompanhada de outros ajustamentos que se divisem como necessários, poderemos deduzir que assume como suas as linhas executivas das orientações estratégicas do vetor financeiro que vêm sendo determinadas pelo ministro do Orçamento e não está disponível para reajustar o rumo até agora empreendido, nomeando outro responsável pelas Finanças que seja capaz de infletir a marcha para o abismo para que o seu atual encarregado nos atirou.
Neste caso, perante o facto de não ser possível a inversão do caminho até agora percorrido pelos atuais governantes e a perspetiva de uma ainda maior deterioração da situação do nosso país, é a altura de o Presidente da República – comandante supremo das Forças Armadas e percecionado pelos portugueses como último garante do bem-estar e da segurança de todos nós – assumir as suas responsabilidades e “dar um murro na mesa”, demitindo o atual Governo e dando início a um processo rápido que conduza à formação de um novo elenco governativo.
Não há tempo a perder. Se os órgãos institucionais próprios não tomarem as decisões que lhes competem em tempo útil, Portugal poderá ver-se a braços com momentos de grande perturbação social suscetíveis de produzir sérias situações de tensão política muito difíceis de conter. Além de ficar cada vez mais problemática a retoma da economia portuguesa, a possibilidade de saldarmos aquilo que devemos e a consequente restauração da nossa soberania. É O MOMENTO DE AGIR
Não nos encontramos apenas perante a necessidade de mais uma mudança de quem tem a tarefa de governar o país, a acrescentar às muitas que já se verificaram, pelas razões que se justificavam e tendo em vista os efeitos então pretendidos. O problema com que nos confrontamos não reside somente na conveniência de substituir alguém que nos governa por quem seja mais eficiente na direção e orientação do exercício das políticas públicas.
Agora, estão em causa: por um lado, o bem-estar, a autoestima, a esperança e o sentido de destino dos portugueses, que querem continuar a ser portugueses, prolongando com altivez uma História de quase nove séculos, de que se orgulham; por outro lado, a garantia de que Portugal tem capacidade de se regenerar e de voltar a agir de acordo com os seus interesses e não em função de interesses estranhos. Ou seja, estamos perante um problema que tem a ver com um Portugal livre e senhor do seu futuro, isto é, com a nossa independência nacional.
*General

7 thoughts on “É O MOMENTO DE AGIR por José Loureiro dos Santos* in “Público”

  1. Porque esperam tanto, os militares que se envolveram na revolução de Abril? Porque esperam tanto os militares conscientes da pulhítica destes lesa pátrias. Porque esperam tanto os homens fardados, com consciência de classe e política. Porque eperam tanto aqueles que poderiam ter um excelente protagonismo na história do país? Ontem era tarde, mais vale um corajoso morto, que um cobarde vivo, coragem os povos da Europa estão à espera de um sinal…

    • Em minha opinião, os militares não estão à espera de nada … bem … de nada a não ser de NOVAS ELEIÇÕES, pois desde o 25 de Abril que todos os governantes assumem o poder de forma democrática e acima de tudo constitucional. A sociedade civil exigiu, e muito bem, que os militares regressassem a quartéis quando as condições de estabilidade funcional foram normalizadas, e eles assim fizeram. Até há décadas que os ministros da defesa, além de serem civis muitos deles nem “à tropa” foram … Seria engraçado, se as nossas forças armadas estivessem ao serviço das sondagens LOL A partidocracia vigente permite que lunáticos como Sócrates sejam PM duas vezes, e que fanáticos como Passos Coelho reduzam o país a escombros, e … note-se, sempre com 99,9% de aprovação nas eleições partidocráticas internas, tal como sucedeu agora com Seguro. Enxerguem-se ………

  2. Força meu Comandante (General), eu tenho orgulho em si, pois fui comando por si nos anos de 1980/1981 no Extinto C.I.A.A.C.!
    Era duro quando deveria ser e era humano quando as situações assim o exigiam!
    Já deveriam ter sido colocados na rua a escumalha governamental que se encontra presentemente no governo, que não têm respeito nenhum por ninguem inclusivé o caso que vou escrever:

    “A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.” (…) “A este cenário dantesco deve agora acrescentar-se a onda de emigração, que nos últimos e nos próximos anos vai fazer-se sentir no nosso território.” (…)
    . Estas declarações foram efectuadas por um Deputado do PSD/Advogado
    Um tipo que trata os mais velhos por “peste grisalha” não pode ter mãe, pai ou avós. Nem pode ser filho da pu!!!, porque estas também envelhecem… Talvez seja parido de uma cabra ou de uma vaca, mas eu tenho tanto respeito pelos animais… Só sei que é a este tipo de gente que estamos entregues, que trata as pessoas como números…

  3. Sr General tem toda a razão embora os seus argumentos sejam coisa de já vu …Pois largos setores da sociedade nomeadamente os Portugueses em “geral” alertaram para os sucessivos desmandos desta governação à Alemã ou para Alemã ver. Refere-se contudo no seu ótimo artigo a algo que não existe…Não há Presidente da Republica muito menos um Chefe Supremo das Forças Armadas. O que há é muito Prozac nessas mesmas forças….Não para fazer revoluções mas para dar um murro valente na mesa.

  4. Pena que, mesmo neste trabalho jornalistico, ainda se demostre confiança no actual Presidente da República e se apresente a demissão do governo e a reeleição de outro, como solução. Isto demostra claramente um defeciente conhecimento sobre a raiz do problema.
    Tendo em conta que a não-violência é o caminho eficaz da acção de transformação positiva – e uma acção focada num sentido objectivo vai muito além da demissão de governos – explico, da forma mais humilde possivel, se assim conseguir e me for permitido, o seguinte:
    É preciso que acontecça uma provocação popular nos pontos nevrálgicos doentes do sistema, para que haja uma reacção do mesmo. Havendo esta reacção, criam-se as condições necessárias para criar as mudanças positivas que se exigem urgentes.
    Portugal precisa abanar as estruturas-base da corrupção que o assola… e o povo ainda não tem consciência que bases são estas!
    É preciso fazer crescer a consciência popular sobre a influência que o CFR – Council on Foreigner Relations, o Grupo de Bilderberg e a Comissão Trilateral estão a ter em Portugal desde antes do 25 de Abril de 1974, tempo em que foi instaurado um sistema que retirou a soberania nacional do país.
    Precisamos apontar aqueles que são as conexões destes grupos dentro de Portugal!
    Personagens como Mário Soares, Cavaco Silva, Pinto Balsemão, Durão Barroso, Costa Gomes, Pinheiro de Azevedo, etc. foram os contactos iniciais e estes precisam ser abanados sobre os pontos onde ninguém mexe: as suas conexões internacionais para o papel de Portugal dentro de uma agenda internacional para instaurar uma tirania internacional!
    Hoje em dia as conexões de tais grupos de interesses internacionais já criaram complexas redes corporativistas, bancárias e institucionais dentro de Portugal. Estas são as malhas que precisam ser desfiadas, desatadas, desembaraçadas para que o país possa caminhar de forma boa para a frente!
    Repito o que já referi outras vezes: sair para a rua a pedir a demissão do governo não basta! Para que reais e positivas mudanças aconteçam dentro de Portugal é preciso compreender a raiz do problema. E esta raiz é a subserviência de elementos-chave a agendas internacionais alheias aos interesses nacionais.
    Antes de agir, que haja uma séria reflexão sobre os pontos aqui abordados!

  5. Alguem vai ter que fazer alguma coisa, e nao vai ser a bater o pé nem a dar murros na mesa ;o vicio já está tão impregnado ,que só cortando o mal pela raiz se poderá pelo menos recuperar nosso próprio respeito.

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