PORTUGAL NA GRANDE GUERRA | Entrar na Guerra | por Carlos de Matos Gomes

gm - 200Portugal entrou na Grande Guerra para manter uma utopia – a de que tinha um império colonial a defender – e para salvar outra – a da que implantara uma jovem República progressista, democrática e igualitária.

A questão primeira não é a da entrada de Portugal na Grande Guerra. É a Grande Guerra. Ao ver as fotografias das “grandes figuras” que lançaram a Europa na Grande Guerra, ocorre-me sempre uma pergunta: que queriam estas macabras figuras de bigodes, botas altas, capacetes e bonés? Que figurões são estes? As fotografias dos “grandes” da Europa, engalanados como porteiros de hotel, sentados, de perna cruzada, tanto podiam ser a de quem mandou para fogueira para aí uns dez milhões de europeus, como a de banqueiros reunidos para mais uma golpada financeira, como a de um gangue antes do assalto. Até, na melhor das hipóteses, podia ser a de um grupo de velhos depravados num bordel. Faltam as raparigas, é claro.

A Grande Guerra foi precedida por um bacanal de kaiseres e Kzares, de reis e de presidentes, de generais e industriais. Essas negras figuras tinham uma palavra na cabeça e babavam-se: Império. Mandaram matar pelos impérios em áfrica e na Europa como quem come tremoços com imperiais.

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